quinta-feira, 28 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431

 

Bom dia, pessoal!

Vamos dar continuidade a esta semana especial sobre o Encontro Científico Preparatório para XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise que acontecerá no final de Maio em Ribeirão Preto. Hoje nossa ideia foi postar por aqui, um pouco mais sobre os temas “Limites, Clínica e Psicanálise”, inserindo aqui a opinião de alguns psicanalistas que já participaram do Blog Limites.

Dêem uma olhada no que o pessoal já disse por aqui:

Sobre Psicanálise:

“A teoria psicanalítica, desde Freud, diz que o prazer é sexual e aceitamos isso como verdade. Contudo, ao falar isso para um leigo, talvez tenhamos de dar-lhe uma resposta mais convincente e, ainda, demonstrar esta verdade. No limite, devemos admitir que ela contém um pressuposto: para Freud todo prazer é prazer sexual. Esta seria uma questão interessante a ser discutida num Congresso que tem este tema”, afirmou José Fernando de Santana Barros. Clique e confira o depoimento na íntegra.

Sobre Limites:


“Nas raízes da Psicanálise se encontra a pulsão, no limite entre o físico e o psíquico. A Psicanálise revelou os incertos limites entre o normal e o patológico, entre a realidade psíquica (interna) e a realidade (externa), entre a objetividade e a subjetividade. Mostrou também que os limites são necessários ao desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos (ex. a interdição edípica), assim como o excesso de limites paralisa o crescimento emocional. O próprio conceito psicanalítico de limite tem sua origem compreendida ora como um produto da mente, ora como uma imposição do mundo externo pela Cultura e pela família”, afirmou Bernard Miodownik. Clique e confira o depoimento na íntegra.

Sobre Experiência Clínica:

“A inspiração que ocorre desta temática é relacioná-la à experiência clínica. Desde a demanda e no curso da análise, observamos manifestações do princípio do prazer-desprazer e do princípio da realidade com as bases no processo primário e no secundário, e oscilações entre posições esquizo-paranóide e depressiva. Uma análise que viabiliza a harmonização da dualidade instintiva em confronto ou em integração também conscientiza o analisando quanto aos conflitos em ação por toda vida.

Na clínica, quanto aos limites, temos as transgressões e as inibições. Nestas, observamos bloqueios, desvios, o pensamento concreto, a compulsão à repetição. Da ação de forças instintivas gerando fantasias e angústias, com os mecanismos de defesa acionados, resultam apensas situações de alívio, o que é tomado como prazer. Na realidade prazer é diferente, há consciência de um conteúdo, de uma relação afetiva interna e da opção por um objetivo. Os efeitos terapêuticos – transformações psíquicas – implicam aquisições de mais consciência, maior “noção de si mesmo”, com superações de limites das paradas do desenvolvimento e acomodações patológicas. A recuperação dos aspectos de si próprio, antes projetados de forma identificatória, com perdas da noção de si mesmo, traz a ampliação do conhecer-se”
, afirmou José Carlos Zanin. Clique e confira o depoimento na íntegra.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Encontro! Participe ativamente do ENCONTRO PREPARATÓRIO para o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, que se realizará no próximo dia 28 de maio, sábado, das 8h30 às 17h no Stream Palace Hotel em Ribeirão Preto.

Ainda está em tempo de se inscrever, acesse www.sbprp.org.br  - Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página).

terça-feira, 26 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431

Boa tarde, pessoal!

Esta semana vamos falar um pouco sobre o Encontro Preparatório para o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, ambos encontros científicos vão se realizar na cidade de Ribeirão Preto e contarão com o apoio da SBPRP.

O tema do Encontro Preparatório não poderia ser diferente de “Limites, Clínica e Psicanálise”, não é mesmo? A Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto se empenhou para preparar a melhor equipe de palestrantes e material clínico a ser apresentado aos participantes. Ninguém pode ficar de fora desta!

O Encontro será dividido em duas partes: a primeira com apresentação de conferências com enfoque Teórico-clínico, ministradas pela Dra. Anette Blaya Luz, Diretora Científica da FEBRAPSI e pelo Dr. Isaias Kirschbaum, Analista Didata da SBPSP.

Já na segunda parte, teremos a apresentação de um fragmento clínico da experiência emocional junto a um jovem adolescente pela Sra. Fernanda Passalacqua, Membro Associado da SBPRP. Este material será discutido pelas psicanalistas Sra. Mª Aparecida Sidericoudes Polacchini, Analista Didata da SBPRP e Diretora do Instituto da SBPRP, pela Sra. Josimara M. de Souza, Membro Associado da SBPRP, assim como pelos dois convidados da primeira parte. O público participante está convidado a participar do debate teórico-clínico, contribuindo para que o evento cumpra sua função de ser cientificamente fértil para todos.

O evento ainda vai contar com uma bela exposição de Artes Plásticas com o tema “Limites”, da qual participarão nove dos mais conceituados artistas da região.




Não deixe de PARTICIPAR!

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Encontro! Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página).

Ainda está em tempo de se inscrever, acesse http://www.sbprp.org.br/

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431
 

Boa tarde, pessoal!

Hoje vamos fechar a série de depoimentos. Mas não fiquem decepcionados, pois na próxima semana teremos novidades no Blog. Bem, ao observar tantos depoimentos, acho que sentimos falta de algo, não é mesmo? Temos depoimentos de Psicanalistas de diversos lugares do País, mas não temos um depoimento de alguém de nossa própria casa, a Sociedade Brasileira de Ribeirão Preto. Portanto, hoje quem fala sobre o tema “Limites: Prazer e Realidade” (XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise) é um de meus editores e membro da SBPRP, Dr. Nilton Bianchi. Vejam só o que ele diz:

“Vivemos um período histórico-cultural, autodenominado pós-modernidade, caracterizado pelo descentramento das idéias, dos conceitos, das condutas, das relações interpessoais e mesmo dos afetos. O progresso tecnológico facultou ao homem acesso a experiências como nunca antes: as pessoas vivem mais e podem mais. Os valores tradicionais que serviam de guia aos comportamentos e relações entre as gerações e entre os sexos foram pulverizados. A realização imediata dos desejos, a intolerância à frustração, e a individualidade extrema foram entronizados como padrões a serem seguidos. Nessa época de narcisismo ultra-valorizado, o TER tomou o lugar do SER. O indivíduo está dependurado numa dependência extrema da Imagem. O profundo e essencial é ridicularizado frente ao superficial e fútil.

Nesse contexto, observa-se uma mudança notória no tipo de patologias que acorrem às nossas clínicas. Longe de tornar o homem mais feliz, observa-se um sujeito sofrendo depressões e imerso em sentimentos de vazio. No plano da sexualidade, o “tudo-pode” da falta de limites lança as pessoas em experiências sem conteúdo afetivo-representacional, o que as torna mais vorazes por experiências sem parâmetros, na esperança equivocada de, com isso, obter satisfação e sentido existencial.

O tema do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, “Limites e Realidade”, visa lançar um olhar para esses fatos através de discussões teóricas e clínicas que abordem os desdobramentos e conseqüências desses fenômenos na vida contemporânea e sobre o seu impacto na vida mental das pessoas”.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! E em nosso próximo post, NOVIDADES em nosso blog.
Não deixe de conferir!

Para maiores informações clique no Banner acima ou na página do Congresso no topo do Blog. 
Contato: limitespr@gmail.com

terça-feira, 19 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
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Boa tarde, pessoal!
 
No texto anterior foi abordado o tema “Limites: Prazer e Realidade” (XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise) do ponto de vista da experiência clínica. Hoje, dando continuidade nesta linha de debate vamos pincelar um pouco do conceito do consagrado analista francês André Green sobre Limites: os desafios, a técnica e a dificuldade vivenciada pelos analistas ao lidar com este tema. A convidada para explicar um pouco mais sobre este assunto é a Psicanalista e Membro efetivo da SPMS/SPRJ, Leila Tannous Guimarães. Veja o que ela diz:

 
  “Limites e desafios no tratamento de pacientes com as chamadas “novas patologias‟ são matérias relevantes nas discussões sobre o alcance do trabalho analítico e sua  ficácia. Independentemente da terminologia utilizada por diversos autores (limítrofe, borderline, caso-limite, fronteiriço, falso-self), esses pacientes têm sido objeto de inúmeras reflexões teóricas, além de excelentes exemplos clínicos, na literatura psicanalítica, a fim de ilustrar o extenso arcabouço teórico e complexidade técnica envolvidos na prática clínica.

Um dos desafios que rondam a psicanálise pode ser representado por “ataques ao enquadre” (Green, 1975; 1982), cujo limite (enquadre) torna-se imprescindível para o desenvolvimento da relação e do processo da análise. Esses ataques, no âmbito do enquadre, são constituídos por defesas primárias e rígidas do paciente e, por reações contratransferenciais intensas, que não só surpreendem o próprio analista como também o colocam em posição de permanente revisão e retomada dos seus limites psíquicos na relação com o paciente, demandando dele uma postura ainda mais investigativa e pacienciosa para com os aspectos constitutivos da subjetividade e intersubjetividade do par. 


Os impasses que se originam no interior da relação analítica revelam 
o modo precário com que esses pacientes constroem seus limites psíquicos, tanto internos quanto externos, assim como da pouca integração de suas funções egóicas e, consequentemente, do prejuízo da capacidade simbólica, da associação livre e da comunicação verbal. A precariedade desses limites deriva da vicissitude do objeto, melhor dizendo, do interjogo de intensas angústias de fusão (invasão ou engolfamento pelo objeto) e de separação (perda ou abandono do objeto), o que muito contribui para a instabilidade na qual a estrutura psíquica mantém seu funcionamento. A partir dessa dinâmica é possível compreender as sensações de vazio, as instabilidades do humor e intensos sentimentos de dissolução, observados nas depressões que se instalam mediante o aparente nada.

No sentido teórico, “limite” é um conceito proposto por André Green (1988) que ganha relevância para definir as características da clínica psicanalítica atual, assim como para expressar a precariedade da estrutura psíquica de determinados pacientes. No sentido da técnica, pode-se pensar em limites que o analista deve suportar perder ou “abolir para calcar seu funcionamento mental sobre o funcionamento mental do paciente” (Green, 1990.p.21) e, também, em conquistar limites que são estruturantes, como aqueles que surgem do manejo cuidadoso da transferência e da contratransferência e que contribuem para a construção de um psiquismo relacional, cujos “espaços potenciais” são necessários ao bom desenvolvimento da psicanálise

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
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Boa tarde, pessoal!

Hoje, trazemos um depoimento com um ângulo diferente de discussão, sobre a temática do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise. Segundo o Psicanalista e Membro Efetivo da APRio3, José Carlos Zanin, na experiência clínica com relação aos limites é possível observar diversas formas e atitudes do paciente que geram conseqüências como ilusões e tristezas. 

Já a realidade, mais cedo ou mais tarde, acaba por revelar o famoso “agir/desejar sem pensar”, que nos leva a tantos desatinos, alegrias ou arrependimentos. Afinal, isso é nada além de agir/desejar por impulso. Veja o que ele escreveu sobre isto:
 
“A inspiração que ocorre desta temática é relacioná-la à experiência clínica. Desde a demanda e no curso da análise, observamos manifestações do princípio do prazer-desprazer e do princípio da realidade com as bases no processo primário e no secundário, e oscilações entre posições esquizo-paranóide e depressiva. Uma análise que viabiliza a harmonização da dualidade instintiva em confronto ou em integração também conscientiza o analisando quanto aos conflitos em ação por toda vida.
 

Na clínica, quanto aos limites, temos as transgressões e as inibições. Nestas, observamos bloqueios, desvios, o pensamento concreto, a compulsão à repetição. Da ação de forças instintivas gerando fantasias e angústias, com os mecanismos de defesa acionados, resultam apensas situações de alívio, o que é tomado como prazer. Na realidade prazer é diferente, há consciência de um conteúdo, de uma relação afetiva interna e da opção por um objetivo. Os efeitos terapêuticos – transformações psíquicas – implicam aquisições de mais consciência, maior “noção de si mesmo”, com superações de limites das paradas do desenvolvimento e acomodações patológicas. A recuperação dos aspectos de si próprio, antes projetados de forma identificatória, com perdas da noção de si mesmo, traz a ampliação do conhecer-se.
 

Mais consciência indica organização e integração e maior capacidade de “abster-se agora para realizar melhor depois”. A realidade deve ser o sítio das realizações, do prazer “significativo”. No princípio do prazer – desprazer a mente “deseja-sem-pensar”, o que inclui alucinatoriamente fantasias, negação da realidade externa e interna, formação de sintomas e transgressões que partem da intolerância à frustração e impulsos destrutivos, ações do processo primário e dos estados narcísicos. Imediatismo e angústias face à separação-individuação. Bion assinalou que a evolução para o princípio da realidade coincide com a capacidade para pensar. Frente à frustração, a evasão alucinatória e a aversão à conscientização são fugas da realidade que projetam o sujeito no distúrbio mental. “Atualmente observamos inovações e banalizações induzindo que sejam absorvidas, sem avaliações críticas, características patológicas assimiladas como naturais e, mais uma vez, o conhecimento psicanalítico fica na “contramão”.”

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terça-feira, 12 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
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Boa noite, pessoal!

Para vivenciar plenamente a vida, temos que cuidar dos limites do prazer para não perdermos o senso de realidade. No entanto, esse aprendizado gera a sede de mais conhecimento e maiores perguntas, como já dizia Guimarães Rosa.

Bem, isso é um pouco do que o Psicanalista e membro da SBPSP/SBPRP, José Cesário Francisco Junior quis dizer ao abordar o tema do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise “Limites: prazer e realidade” em seu depoimento. Confira o que ele diz:
  
“A palavra rei, em língua portuguesa, deriva de uma raiz que significa ‘sulco’, estabelecido na terra pelo arado. Desse modo, a etimologia ancora a reflexão sobre a questão do limite como estabelecimento de referências que pode organizar a visão de mundo. Aí também podem se incluir os procedimentos relativos à segmentação do tempo, do espaço, de personagens em cena, como estratégia de ordenação requerida. Os limites são necessários neste contexto geral.
Surge outra questão, como não se perder em excessivas balizas que levam, muitas vezes, à estaticidade, ao estabelecimento de verdades absolutas? Mesmo sendo essas balizas fundamentais, o ser humano pode correr o risco de sobrepor a ordenação à pulsação da própria vida.
 
Vivenciar o limite, entendendo-o como passível de conter o limiar pode viabilizar o prazer sem perda do senso de realidade. A proposta encontra ressonância em Guimarães Rosa quando ele afirma que a natureza impõe um ponto final e nela cabe um outro ritmo, suscetível à abertura: ‘Vivendo se aprende, mas o que se aprende mais é só a fazer outras maiores perguntas.’
 
Neste sentido, a raiz pré-histórica, que contém a idéia de um campo mapeado por sulcos que garantem a ordem do plantio, dá uma direção que nos encaminha para a medida dada pela régua de superfície, incluindo aí o prazer. No horizonte do quadro esboçado pode o homem inserir-se, assim como à medida que julga necessária para ordenar o seu vértice de observação fora e dentro dele.
 
A questão é: Como encontrar em cada um de nós?”"

E para você? Qual a sua interpretação do tema “Limites: prazer e realidade”? Deixe aqui a sua opinião.

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

 
Por Cristiane Sampaio
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Boa tarde, pessoal!


Pois bem, o capitalismo chegou aos pouquinhos, como dizem os mais velhos “comendo pelas beiradas” e olhe só: Se não consumirmos, não seremos felizes. Isso é o que diz a Psicanalista e membro associado da SPRJ, Maria Aparecida Duarte Barbosa em seu depoimento sobre o tema de nosso Congresso Brasileiro de Psicanálise “Limites: Prazer e realidade”. Acompanhe o que ela diz:


“Muito oportuna a escolha do tema do próximo Congresso Brasileiro de Psicanálise, Limites: prazer e realidade, na medida em que ao olharmos a sociedade atual o que encontramos é a Primazia do Prazer. Não importa a que preço, não importa o “day after”, muito menos importa o outro. Prazer fugaz, efêmero, fluido, que evapora rapidamente levando ao desprazer da constatação desse grande vazio interno, mal da contemporaneidade. Não há mais a preocupação com a transmissão de valores éticos formadores de sujeitos comprometidos com a coletividade que nos tornarão aptos a distinguir entre o vício e a virtude, o justo e o injusto, o correto e o pernicioso. A ênfase está no Eu, Meu, Para Mim.
 

A mensagem que é transmitida é: vire-se, seja esperto, realize, consuma, vá atrás do seu gozo, mesmo que seja em detrimento do outro, mesmo que seja alienante. Há uma excessiva valorização narcísica do indivíduo. 


O imperativo da lei não é mais renúncia ao excesso de gozo. Chegamos ao “Império dos sentidos”. A lei maior a que estamos nos submetendo é a do MERCADO que nos diz que só seremos felizes se consumirmos. Esse é o preço da pós-modernidade, que trouxe para os indivíduos caminhos do BEM e do MAL.
 

No fim do século XIX o Ocidente se beneficiou das descobertas de Freud que deram ao sujeito a possibilidade da escuta da permanente construção de si mesmo. Nós, enquanto indivíduos que pretendemos a convivência comunitária, inventamos um universo de valores, uma ética que vai além dos deveres, responsabilidades e obrigações para com a coletividade, mas favorece as ligações necessárias para enraizar o vínculo social. É o passo importante da cultura que, afinal dá ao ser humano (esse animal racional cujo destino não está traçado no automatismo do instinto) a proteção necessária ao seu desamparo. Criamos a lei para sobrevivermos, para nos proteger do caos da natureza. E a lei primordial que nos insere na cultura é a interdição do incesto.
 

Temos na teoria psicanalítica a segurança de alicerces sólidos para nossa prática, mas que nos instigam a transgredir em busca de ampliarmos nossos limites, desejo constante que fazia transbordar de prazer nosso mestre, Freud. Até Ribeirão Preto!”


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terça-feira, 5 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
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Boa tarde, pessoal! 

Seguindo com a nossa divulgação do Congresso Brasileiro de Psicanálise, vamos postar hoje mais um depoimento que aborda o tema “Limites: prazer e realidade”, desta vez trouxemos a opinião da Psicanalista e Membro titular da SPB, Cíntia Xavier de Albuquerque. A Dra. Cíntia levantou a questão dos sonhos e se podemos vivenciar nossos sonhos com a realidade que vivemos, ainda se estes são realmente sonhos ou obrigações que a sociedade nos pressiona a cumprir? Veja o que ela diz.

“Uma jovem paciente que está prestes a se formar e precisa fazer escolhas me dizia: ‘Vivendo nesse sonho eu consigo terminar a faculdade e viajar por muitos países... ainda com vinte e poucos anos tenho filhos. Posso parar tudo e me dedicar apenas à maternidade: amamentar, cuidar, educar e ensiná-los a tocar piano. Depois faço mestrado e doutorado e desenvolvo a pesquisa mais completa que desejar. Como não preciso fazer escolhas em meu sonho, depois de tudo isso e ainda com vinte e poucos anos posso começar a trabalhar e ganhar bastante dinheiro.’

Sob o impacto das pressões da realidade, das inúmeras dúvidas do momento e da necessidade de escolher o que vai ser perdido, ela se aproveita do tipo de pensamento que, segundo Freud nos Dois Princípios, permanece subordinado ao Princípio de Prazer: o fantasiar. Por uns instantes ela tudo pode, nada perde, controla o tempo, atinge a perfeição. E volta: “Na realidade não cabem todos os meus sonhos. Mas nos meus sonhos também não cabe a realidade.”



Sempre me espanta a nossa essência: queremos tudo e ao mesmo tempo, apesar de nunca termos tido isso exceto nos breves instantes de satisfação alucinatória do desejo. Odiamos o não, o limite e o adiamento. Quando possível encontramos outro tipo de prazer: o de nos percebermos em expansão mental/ emocional, tolerando oscilações e turbulências, abrigando todo tipo de emoção e vivência – mesmo as dores aterradoras – sem desorganização excessiva, aguardando com um fio de esperança um novo momento de integração e conforto. Isto é algo que um encontro psicanalítico estimulante pode nos ajudar a ir alcançando – o que já é bastante bom, considerando de onde viemos...”

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
MTB: 61431

Bom dia, pessoal!

Agora que já conhecem um pouco sobre o tema do Congresso Nacional “Limites: prazer e realidade" podemos nos aprofundar ainda mais nele. O que acham? 

Vamos lá! Para isso, hoje, trazemos a opinião de mais um grande psicanalista, José Fernando de Santana Barros, que tão bem explica a teoria Psicanalítica de Freud, na qual afirma: todo prazer é sexual e na psicanálise isso é aceito como verdade. Vejam só o que ele diz:

“A teoria psicanalítica, desde Freud, diz que o prazer é sexual e aceitamos isso como verdade. Contudo, ao falar isso para um leigo, talvez tenhamos de dar-lhe uma resposta mais convincente e, ainda, demonstrar esta verdade. No limite, devemos admitir que ela contém um pressuposto: para Freud todo prazer é prazer sexual. Esta seria uma questão interessante a ser discutida num Congresso que tem este tema.

A questão da realidade também se impõe como temática das mais importantes em nossa disciplina. Disciplina do ponto de vista teórico e do ponto de vista clínico. Mas o que vem a ser Realidade? Poderíamos dizer que Realidade é o pano de fundo de nossos conceitos. Contudo, uma determinada realidade pode ter inúmeras representações de acordo com o ponto de vista de quem percebe e do tipo de percepção que a apreende. Ao falar de uma realidade falo de mim. 

Assim, a realidade pode ser considerada como expressão simbólica da identidade de quem a percebe e dela fala, a expressão simbólica de seus sentimentos e de seus conflitos emocionais, no caso da clínica psicanalítica. Desta forma, não haveria como diferenciar realidade externa da chamada realidade psiquíca. Na nossa clínica podemos fazer equivaler realidade e fantasia, mas este é um tema que poderá ser também discutido de modo bastante fecundo em nosso próximo Congresso”.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! E em nosso próximo post, mais um comentário sobre o tema de nosso Congresso.

Não deixe de conferir!

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