Por Cristiane Sampaio
Mtb. 61.431
Olá,
A partir de elementos do “caso Vladimir Herzog”, trágico episódio da
história do Brasil na segunda metade do século XX, abre-se uma conversa
interdisciplinar entre História, Direito e a Psicanálise, centrada em questões
de verdade e ética. Um evento imperdível no próximo dia 20 às 10h na SBPSP.
Estarão presentes:
- IVO
HERZOG (PRESIDENTE DO
INSTITUTO VLADIMIR HERZOG);
- MARIO
SÉRGIO DE MORAES (HISTORIADOR:
INSTITUTO DIVERSITAS USP, INSTITUTO VLADIMIR HERZOG);
- MARCIO
MORAES (DESEMBARGADOR DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ATUOU COMO JUIZ NO “CASO VLADIMIR HERZOG”);
- DEODATO
AZAMBUJA (PSICANALISTA,
MEMBRO DA COMISSÃO DE ÉTICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE DE SÃO PAULO);
- PLINIO
MONTAGNA (PRESIDENTE DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE DE SÃO PAULO);
A entrada é franca e as vagas limitadas. Clique
aqui e saiba mais!
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O caso Vladimir Herzog
O jornalista Vladimir Herzog de 38 anos, casado,
pai de dois filhos e diretor de jornalismo da TV Cultura de
São Paulo, foi encontrado morto, supostamente enforcado, nas dependências do 2ª
Exército, em São Paulo, em 25 de outubro de 1975. No dia seguinte à morte, o
comando do Departamento de Operações de Informações e Centro de Operações de
Defesa Interna (DOI-CODI), órgão de repressão do exército brasileiro, divulgou
nota oficial informando que Herzog havia cometido suicídio na cela em que
estava preso.
A versão oficial da morte foi refutada pelos
movimentos sociais de resistência à ditadura militar. Uma semana após a morte
do jornalista, cerca de oito mil brasileiros participaram de uma missa
ecumênica organizada por D. Paulo Evaristo Arns, pelo reverendo James Wright e
pelo rabino Henri Sobel. Três anos depois, no dia 27 de outubro de 1978, o
processo movido pela família do jornalista revelou a verdade sobre a morte de
Herzog. A União foi responsabilizada pelas torturas e pela morte do jornalista.
Foi o primeiro processo vitorioso movido por familiares de uma vítima do regime
militar contra o Estado.
No dia 18 de outubro de 2004, o Correio Braziliense divulgou duas fotos que seriam
de Herzog em sua cela no DOI-CODI. As imagens seriam inéditas e reforçariam a
tese de que o jornalista havia sido torturado antes de ser morto. Na única
imagem conhecida até então, Herzog aparecia enforcado. Clarice Herzog, viúva do
jornalista, teria confirmado ao Correio que as
fotos seriam mesmo do marido.
O Exército brasileiros divulgou uma nota oficial se
posicionando sobre a divulgação das supostas fotos inéditas, que foi mal vista
e duramente criticada por movimentos sociais e entidades como a Federação
Nacional dos Jornais (Fenaj) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A nota
dos militares é a seguinte:
"Á época, o Exército brasileiro, obedecendo ao
clamor popular, integrou, juntamente com as demais Forças Armadas, a Polícia
Federal e as polícias militares e civis estaduais, uma força de pacificação que
logrou retomar o Brasil à normalidade". Afirma, ainda, "que o
movimento de 1964, fruto de clamor popular, criou, sem dúvidas, condições para
a construção de um novo Brasil, em ambiente de paz e segurança".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou
uma retratação por parte do Exército e do Ministério da Defesa.
Fonte:
www.terra.com.br
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