terça-feira, 29 de março de 2011

Por Cristiane Sampaio 
MTB: 61431



Boa tarde, pessoal!

Finalmente vamos apresentar o tema que deu origem a este blog e toda esta divulgação sobre a Psicanálise.

Após retratar aqui um pouco de sua história no mundo e no Brasil, todos, leigos ou não, vão conseguir compreender o objetivo de se abordar Limites: Prazer e Realidade no próximo Congresso Brasileiro de Psicanálise.  A cada post vou trazer a opinião de um Psicanalista sobre o tema, assim será possível uma reflexão e discussão relacionando-o com a Psicanálise Moderna. Sintam-se convidadíssimos a participar, com comentários, dúvidas ou textos.


Para começar, vamos postar aqui a opinião do Psicanalista e Diretor do Conselho Científico da SBPRJ, Bernard Miodownik:


 “Ao reunir tópicos da Psicanálise num só conjunto, o tema oficial do próximo Congresso Brasileiro, “Limites: prazer e realidade”, nos oferece uma cabal demonstração da máxima segundo a qual o todo é maior do que a soma das partes. Fosse uma equação matemática, se diria que os seus fatores trazem incógnitas para o foco da nossa reflexão.
 

Comecemos por limites. Nas raízes da Psicanálise se encontra a pulsão, no limite entre o físico e o psíquico. A Psicanálise revelou os incertos limites entre o normal e o patológico, entre a realidade psíquica (interna) e a realidade (externa), entre a objetividade e a subjetividade. Mostrou também que os limites são necessários ao desenvolvimento dos indivíduos e dos grupos (ex. a interdição edípica), assim como o excesso de limites paralisa o crescimento emocional. O próprio conceito psicanalítico de limite tem sua origem compreendida ora como um produto da mente, ora como uma imposição do mundo externo pela Cultura e pela família.
 

Sobre prazer e realidade, temos a obra de FreudFormulações sobre os dois princípios do acontecer psíquico”, que completará 100 anos com as devidas homenagens durante o Congresso. Ao longo de sua obra, Freud mostrou que há limite tanto para o prazer quanto para a realidade. Sonhar é preciso. 


Ao se juntarem as duas partes, “Limites: prazer e realidade”, novas incógnita afloram. São os problemas e desafios da Psicanálise contemporânea presentes na programação científica do Congresso”.


Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! E em nosso próximo post, mais um comentário sobre o tema de nosso Congresso.


Não deixe de conferir!

Para maiores informações clique no Banner acima ou na página do Congresso no topo do Blog. 
Contato: limitespr@gmail.com

quinta-feira, 24 de março de 2011

Por Cristiane Sampaio
MTB: 61431

Oi pessoal,

Bom, já conseguiram perceber que história é o que não falta, não é mesmo? Então, hoje vamos contar um pouco sobre a SBPRP – A Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto, que represento ao escrever aqui para vocês!

Fundada em 1993, a SBPRP é reconhecida como uma entidade pública e sem fins lucrativos. Destina-se, entre outros objetivos, a estimular o estudo, o desenvolvimento e a difusão da Psicanálise criada por Sigmund Freud, promovendo atividades como:

• formação de novos psicanalistas, segundo os padrões exigidos pela IPA.
• reuniões científicas regulares para seus membros, visando alimentar a qualidade científica dos mesmos.
• realização de eventos científicos dirigidos a profissionais de áreas afins à Psicanálise.
• criação e manutenção de uma biblioteca especializada em Psicanálise e em temas correlatos.
• atividades voltadas para a comunidade, como o “Cinema e Psicanálise”, o SAP - serviço de atendimento em psicanálise, que oferece análise a valores acessíveis à população, colaboração na forma de consultoria em instituições e projetos públicos.

A SBPRP é também uma organização componente da International Psychoanalytical Association (IPA), a qual congrega atualmente por volta de 72 instituições psicanalíticas distribuídas por 39 países, assim ultrapassando os 11.000 membros filiados.

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Porém, para atingir este patamar, a SBPRP ainda passou por muita história até se tornar uma Sociedade Oficial da IPA. Começou mais ou menos assim...

Em 1952, aconteceu a primeira divulgação da Psicanálise na cidade de Ribeirão Preto com a criação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP (FMRP-USP). Nesta época, seu Diretor, Prof. Zeferino Vaz, um ouvinte atento das idéias psicanalíticas, criou o Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica.

Logo, em 1964, criou-se a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto e assim, teve início o curso de Psicologia, onde se formaram alguns dos membros da Sociedade hoje.

Com a vinda para Ribeirão Preto de alguns membros em formação no Instituto de Psicanálise da SBPSP e o início da possibilidade de análise didática condensada em São Paulo, em 1975 foi possível constituir um grupo interessado em trabalhar, estudar e divulgar Psicanálise.

Outros foram se vinculando a esse grupo, até que em 21 de setembro 1984 foi fundado oficialmente o Núcleo dos Psicanalistas de Ribeirão Preto (NPRP), que contou inicialmente com 11 participantes.

O Núcleo de Ribeirão foi-se desenvolvendo em relação à qualidade de produção e sua organização. Em setembro de 1986, o Núcleo promoveu sua primeira jornada, que teve como tema “A Difusão da Psicanálise", e contou com a participação de psicanalistas convidados de outras Sociedades. Foram editados, respectivamente em 1990 e 1991, o primeiro número do Jornal de Psicanálise do NPRP e do Boletim Informativo, ambos de circulação regional.

Durante o XXXVIII Congresso Internacional de Psicanálise, em Amsterdã, em 1993, o Grupo de Es¬tudos Psicanalíticos de Ribeirão Preto (GEPRP) foi aprovado e reconhecido pelo Executive Council da IPA como um Grupo de Estudos Oficial. Já em 25 de julho de 2001, durante o XLII Congresso Internacional de Psicanálise, em Nice, o Grupo, passou à condição de Sociedade de Psicanálise Provisória e em 29 de julho de 2005, esta Sociedade foi promovida à condição de Sociedade Componente da IPA.

O fato de se ter alcançado a condição de Sociedade Componente da IPA evidencia a prevalência do amor, do respeito mútuo, da colaboração, dos princípios éticos, da esperança e da compaixão, sentimentos esses essenciais à sobrevivência e ao crescimento de um grupo. Por isso, a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto é hoje considerada uma das maiores do país.

Para confirmar toda esta história, a Sociedade e a cidade de Ribeirão Preto pretendem sediar o próximo Congresso Nacional de Psicanálise. Mas para saber mais, terá que aguardar o próximo post! 
Não deixe de conferir!

terça-feira, 22 de março de 2011

Por Cristiane Sampaio
MTB: 61431




Bom dia, pessoal!

Pois bem, agora que já entendemos um pouco sobre este campo, que é a PSICANÁLISE. Vamos nos aprofundar mais, e explicar quem regulamenta e se preocupa constantemente com os rumos e praticas desta área no Brasil: a Febrapsi – Federação Brasileira de Psicanálise.

Fundada em 1967, a Febrapsi, previamente chamada de ABP - Associação Brasileira de Psicanálise, aos poucos, foi consolidando sua posição como uma entidade federativa junto às Sociedades brasileiras e, posteriormente, congregando também os Grupos de Estudos que se formavam com o reconhecimento oficial da Associação Internacional de Psicanálise (IPA), que é a entidade internacional fundada por Freud há mais de cem anos.

Em 2008, a ABP tornou-se uma Federação, a Febrapsi, que é, atualmente, composta por 12 Sociedades, um Grupo de Estudos e 11 Núcleos Psicanalíticos, em 15 Estados brasileiros.
Além do relacionamento permanente com as Sociedades, Núcleos Psicanalíticos e Grupos de Estudos, a Febrapsi edita a Revista Brasileira de Psicanálise e organiza os Congressos Brasileiros bianuais.

Na medida em que a psicanálise se expande no Brasil, a Febrapsi tem diversificado suas funções, sendo cada vez mais solicitada a participar no debate e na busca de solução de problemas que afetam o interesse das suas federadas. Sua colaboração ativa em Congressos Regionais, reuniões científicas e didáticas tem contribuído para o desenvolvimento e integração dos psicanalistas brasileiros.

Além da preocupação com os rumos e a prática da psicanálise, bem como com a qualidade da formação científica de seus membros, a Febrapsi e suas federadas estabelecem relações com outras organizações científicas, acadêmicas e culturais. Muitos de seus membros participam de cursos universitários de graduação, pós-graduação e residências médicas. Grande parte das federadas promove atividades abertas ao público, como palestras e debates de filmes. Em diversos Estados nossas Sociedades mantêm centros de atendimento à comunidade, possibilitando tratamento psicanalítico a pessoas que, de outra maneira, não teriam acesso.

Gostou? Quer saber mais? Acesse: www.febrapsi.org.br

E em nosso próximo post, vou apresentar a vocês a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto, que sediará o próximo Congresso Nacional de Psicanálise!

Não deixe de conferir!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Por Cristiane Sampaio
MTB: 61431

Boa noite, pessoal!


Pois bem, se gostaram da história de Freud, vão gostar do que vamos postar hoje. Como prometido, aqui vai um pouco da história da psicanálise.

A teoria criada por Freud em Viena no início do século XX se difundiu por inúmeras áreas do saber, e seus termos circulam até mesmo em conversas coloquiais. Freud inaugurou uma nova área do conhecimento, uma nova forma de ver e pensar o mundo: as neuroses, a infância, a sexualidade, os relacionamento humanos, a subjetividade, a sociedade etc.

A psicanálise, na verdade não é uma escola da psicologia, é uma área do conhecimento independente, que surgiu como uma forma alternativa de dar conta do sofrimento psíquico e de entender o funcionamento mental como um todo. Suas noções e hipóteses teóricas são forjadas e articuladas de maneira a constituir modelos para a compreensão de fenômenos psíquicos que povoam a clínica e a vida cotidiana. A psicanálise tem seu próprio princípio organizador, sua própria episteme. Entender sua criação e desenvolvimento envolvem questões epistemológicas, relações com outras áreas do conhecimento e sua contextualização através da história.

Freud teve sensibilidade e receptividade para escutar o discurso do histérico e aprender o que este tinha a lhe ensinar. Foi escutando o histérico que Freud criou a psicanálise, sua teoria, sua prática, seu método terapêutico e sua ética. Ele teve o despojamento de reconhecer a ignorância e a impotência diante de um sem número de situações, diante do sofrimento e lançou-se a busca de novos instrumentos, novos conceitos, novas técnicas.

O ambiente cultural da Áustria, o contexto iluminista pós-Revolução Industrial e a Revolução Francesa, aliada aos conhecimentos psiquiátricos, neurofisiológicos, literários, sociológicos, antropológicos e artísticos, contribuíram para que Freud identificasse fenômenos mentais que iam além dos perceptíveis pela consciência (Colich, 2005).

Freud procurou construir uma ciência explanatória que pudesse provar seus achados, encontrando seus fatores e agentes causais, organizados em forma de leis e princípios gerais. Olhava o cérebro e a mente como fenomenologicamente idênticos e estava preocupado com o modelo neurofisiológico, a hidrostase, a termodinâmica e o conceito darwiniano de evolução da mente. Isso influenciou de forma decisiva o modelo de inconsciente construído por Freud, estabelecendo a centralidade dos conceitos de pulsão (formulação teórica para tentar expressar a transformação de estímulos em elementos psíquicos) e recalque. Decorre daí formulações sobre “investimento”, “representação”, “resistência”, “defesas”, fases do desenvolvimento da libido”, “a teoria inicial sobre ansiedade”, a “transferência” como revivência de uma memória passada, e a “realidade psíquica”.

O modelo psicanalítico da mente considera que a atividade mental é baseada no papel central do inconsciente dinâmico. O contato com a teoria da psicanálise põe em evidência uma multiplicidade de abordagens, com diferentes níveis de abstração, conceituações e linguagens complexas, que devem ser entendidas um em um contexto histórico cultural e em relação às próprias características do modelo psicanalítico da mente.
Após Freud, seus seguidores em muito ampliaram a compreensão do psiquismo humano; são nomes de grande influência: Melanie Klein, Donald Winnicott, Donald Meltzer, Wilfred Bion, entre muitos outros.

É isso aí pessoal, pra quem era leigo agora acho que já não é mais, já contamos um pouco de Freud e aqui, de uma forma resumida, a história da Psicanálise.

Em nosso próximo post, vou apresentar a vocês a FEBRAPSI – Federação Brasileira de Psicanálise, o que a federação faz? Como funciona? Só no próximo post!

Não deixe de conferir!

Fonte: Dicionário de Psicanálise de autoria de Elisabeth Roudinesco e Michel Plon. Jorge Zahar Editor. 1998.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Por Cristiane Sampaio
MTB: 61431

Boa Tarde, pessoal!

Tenho um enorme prazer em abrir este blog. Aqui, estarei representando a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto, e temos como objetivo divulgar um pouco mais sobre a PSICANÁLISE e convidá-los a participar de eventos científicos, onde todos, leigos ou não, vão compreender as entrelinhas que giram em torno deste campo criado por Sigmund Freud.

Já que começamos falando de história, que tal nos aprofundarmos mais e detalhar aqui a história de FREUD? Vamos lá!

Freud, como neurologista, tratava essencialmente de pacientes com paralisias, afasias e amnésias. Essas pessoas sofriam de distúrbios histéricos. Procurou, antes de tudo, curar e tratar esses pacientes, aliviando os seus sofrimentos psíquicos. Durante um ano, utilizou os métodos terapêuticos aceitos na época: massagens, hidroterapia, eletroterapia. Mas logo constatou que esses tratamentos não tinham nenhum efeito. Começou a utilizar a hipnose, inspirando-se nos métodos de sugestão de Hippolyte Bernheim.

Trabalhando ao lado de Joseph Breuer (médico austríaco), Freud substituiu progressivamente a hipnose pela catarse, inventou o método da associação livre, com isso, a Psicanálise. Essa palavra foi empregada pela primeira vez em 1896 e sua invenção foi atribuída a Breuer.

Com o decorrer do tempo Freud estudou e realizou novas descobertas, como o abandono da teoria da sedução segundo a qual toda neurose se explicaria por um trauma real ocorrido na vida do indivíduo. Essa renúncia, fundamental para a história da psicanálise, ocorreu em 21 de setembro de 1897.

Logo, começou então a elaborar sua teoria sobre as fantasias sexuais infantis, concebendo, concomitantemente, uma nova teoria do sonho e do inconsciente. Fundou uma sociedade de psicologia e formou um círculo com os primeiros colegas interessados em conhecer e expandir a nova ciência. 

Freud era muito respeitado, e não só pelos homens; por sua doutrina e por sua condição de psicoterapeuta, Freud desempenhou um papel na emancipação feminina. Ligado em sua vida particular a uma concepção burguesa da família patriarcal, adotava, todavia, em suas amizades com mulheres intelectuais, uma atitude perfeitamente cortês, moderna e igualitária.

Para afirmar seus conceitos e conclusões Freud escreveu vários artigos e livros, através dos quais também pode definir sua segunda tópica e remanejar inteiramente sua teoria do pré-consciente, consciente, inconsciente e do dualismo pulsional.

Freud também publicou um ensaio sobre a Guerra e a Morte, onde tinha como objetivo que o sujeito "se organizasse em vista da morte, a fim de melhor suportar a vida". Logo, nasceram novas correntes do Freudismo moderno: Kleinismo, Ego Psychology, Self Psychology, lacanismo, annafreudismo, etc.

Com o decorrer dos anos, Freud adquiriu um tumor, sofreu trinta e três operações, que acarretaram dificuldades enormes em se comunicar através da fala. Mas problemas físicos não foram empecilhos para ele. Ainda criou várias polêmicas com suas publicações e com a tentativa de garantir aos não-médicos o direito de se tornar psicanalístas.

Fugindo da perseguição nazista, mudou-se para Londres para “morrer em liberdade”. Nessa cidade escreveu seu último livro: “Moisés e o monoteísmo”. Lá, definiu aquela como sua última guerra e firmou um acordo com seu médico Max Shur: "Você prometeu não me abandonar quando chegasse a hora. Agora é só uma tortura sem sentido". Por três vezes, ele deu a Freud uma injeção de três centigramas de morfina. Em 23 de setembro de 1939, às três horas da manhã, depois de dois dias de coma, Freud morreu tranqüilamente. Suas cinzas repousam no crematório de Golders Green.

Como se pode observar, a trajetória e historia da psicanálise está indissociavelmente ligada à vida de Freud. No próximo post, vamos nos aprofundar ainda mais na história da PSICANÁLISE.

Não deixe de conferir!


Fonte: Dicionário de Psicanálise de autoria de Elisabeth Roudinesco e Michel Plon. Jorge Zahar Editor. 1998.

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