quinta-feira, 27 de outubro de 2016





Num poema de fôlego, o cão, o rio, a mulher que sai da ostra, Recife aberta como uma fruta, João Cabral de Melo Neto emerge do rio e não está só. Leva junto e pela mão Manuel Bandeira que entendia do bicho homem, leva também Caetano Veloso. It’s a long, long, long away. É preciso essa gente toda, diz o poeta Marcelino Freire, para se atravessar e suportar as esquinas da vida.
            
MARCELINO FREIRE é escritor. Nasceu em 1967, em Sertânia, PE. Viveu no Recife e, desde 1991, reside em São Paulo. É autor, entre outros, dos livros “Angu de Sangue” (Ateliê Editorial) e “Contos Negreiros” (Editora Record – Prêmio Jabuti 2006). Em 2004, idealizou e organizou a antologia de microcontos “Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século” (Ateliê). Alguns de seus contos foram adaptados para teatro. Participou de várias antologias no Brasil e no exterior. “Contos Negreiros” foi publicado em 2013 na Argentina, pela Editora Santiago Arcos e com tradução de Lucía Tennina. Criou a Balada Literária, evento que, desde 2006, reúne escritores, nacionais e internacionais, pelo bairro paulistano da Vila Madalena. É um dos integrantes do coletivo EDITH, pelo qual lançou, em julho de 2011, o livro de contos “Amar É Crime”. No final de 2013, publicou seu primeiro romance, intitulado “Nossos Ossos” (Record), publicado também na Argentina, pela editora Adriana Hidalgo, e na França, pela editora Anacaona, e com o qual ganhou o prêmio Machado de Assis 2014 de Melhor Romance pela Biblioteca Nacional.


sexta-feira, 21 de outubro de 2016



Conversa com o escritor Marcelino Freire

A AMFIP (Associação dos Membros Filiados do Instituto de Psicanálise da SBPRP) terá o prazer de receber o escritor pernambucano Marcelino Freire para um encontro de poesia e prosa.
O evento “EntreTextos – uma conversa com Marcelino Freire sobre sua trajetória literária e a influência de outros autores em sua obra” é uma oportunidade para os amantes da literatura desfrutarem da companhia de um grande escritor e uma personalidade única.
Tentando escapar de uma apresentação que engesse muito nosso convidado, tão cheio de vida, escolhemos o fragmento de um poema de Marcelino que fala por si só.

POEMINHA DO EMPODERAMENTO

  (Marcelino Freire)
“Quem disse que eu sou branco?
Bicho? Santo?
Quem disse que eu sou Deus?
Que eu sou crente?
Gente?
Quem disse que eu sou
ateu?
Quem disse que eu sou
do Nordeste?
Cabra?
Da AIDS?
Da peste?
(...)

Quem disse que eu não tenho
medo?
Diante deste espelho nu.
Nua
a minha alma
é cega.
Sábia. Suja.
Do palacete à rua.
Da lua ao sol.
Minha solidão
filha da puta.
É feliz? Infeliz?

Quem disse de mim
não sabe o que
diz.”

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CINEMA E PSICANÁLISE RIBEIRÃO PRETO APRESENTA
 
21 de Outubro, sexta-feira, às 19h30 
CARNE TRÊMULA (Pedro Almodóvar)
Comentários Dr. Júlio Labate, membro filiado da SBPRP. 
Local: Anfiteatro da Unidade de Emergência (UE) da FMRP-USP
Rua Bernardino de Campos, 1000 Ribeirão Preto.
 

Comentário Júlio Cesar Labate:

A partir de uma Espanha reprimida pela ditadura de Franco e abalada por movimentos pela liberdade e democracia, Almodóvar nos apresenta estados psíquicos em que podemos visualizar conflitos similares no funcionamento da mente humana. Estados em que desejos intensos são reprimidos, deslocados, mas não param de pulsar, direcionando a vida de cada personagem. Paixão e ódio norteiam ações como traições, corrupção, assassinatos, sobrepondo-se à essência de cada um. Sendo fiel a si mesmo, o protagonista percorre uma longa jornada até poder se realizar e alcançar um estado de  mente fértil e enriquecida, com relacionamentos construídos na verdade do que se sente. Se, no início do filme, Madrid é retratada vazia, no final aparece cheia de carros, mostrando um trânsito de ideias que fluem em busca de realizações.

Julio Cesar Labate, membro filiado da SBPRP.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Cinema & Psicanálise de Franca apresenta:
A psicanalista Denise Lopes R. Antônio, próxima palestrante, conta que "o filme nos apresenta de modo delicado à dolorosa experiência de uma mãe saudável diante da complexidade emocional despertada pelo nascimento de um filho".
Isso porque a protagonista Rebecca está grávida e vive um ótimo momento em sua vida amorosa e profissional, mas logo após o parto se vê imersa em um estado mental inesperado, de indiferença e distanciamento em relação a seu bebê.
Denise também diz que "segundo Winnicott (psicanalista inglês), quando o bebê nasce e a mãe se vincula a ele, ela se identifica com seu estado de dependência e desamparo. Se nenhum aspecto da mãe for sentido como uno ao bebê, se não existir nenhuma identificação dela para com ele, o bebê será vivenciado como sendo um 'objeto' estranho".
Dessa forma, o filme nos apresenta ao que a psiquiatria denomina depressão pós-parto - a qual atinge 1 em 4 mulheres no Brasil, de acordo com a Escola Nacional de Saúde Pública.
Prontos para esse debate que promete ser interessantíssimo? Contamos com a presença de todos vocês!


sexta-feira, 14 de outubro de 2016



SEMEANDO A PSICANÁLISE FRANCA
 Venha participar de mais um Semeando a Psicanálise - Franca no dia 18/10/2016

Adolescência, Drogas e Abstinência das Emoções

                                               Fernanda Sivaldi Roberti Passalacqua
                                               Membro efetivo da SBPRP



            A vivência da adolescência traz consigo profundos sentimentos contraditórios, gerando conflitos muitas vezes acompanhados de sofrimento insuportável.
            Tais sentimentos nascem principalmente das mudanças corporais, do avanço da função da sexualidade,  da necessidade do trabalho de luto da infância, do contraste entre fantasia e realidade.
            Esta experiência pode desorganizar a mente do jovem adolescente, causando inquietações, turbulências e desorganização psíquica.
            Buscam incansavelmente medidas protetoras que ofereçam alívio para a dor, e no caminho encontram o mundo das drogas, tais como a cocaína, maconha, êxtase. Neste caminho, podem deparar-se também com outros tipos de drogas, como o comportamento delinquencial, isolamento social, promiscuidade, e tantas outras.
            São drogas porque entorpecem a mente, incapacitando os adolescentes de pensar, de elaborar suas angustias. Vivem uma situação dramática, enclausurados num estado mental de abstinência das emoções: se eu não sinto, eu não sofro.
            

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