Por Cristiane Sampaio
MTB 61.431
Fonte: mariabehl-maedaflor.blogspot.com |
Olá,
Como já é tradição em nosso blog, a cada evento que
realizamos preparamos uma série de matérias e/ou entrevistas para apresentar a
vocês um pouco do que será abordado e hoje, não será diferente. Organizamos um
post especial sobre o tema “A aproximação do psicanalista à criança com
manifestações do autismo: Referenciais teóricos e clínicos”, que será apresentado
em uma mesa redonda durante o evento a “A
criança, o adolescente e o psicanalista”, nos dias 06 e 07 de Junho, na
UNISEB, em Ribeirão Preto.
E para o post de hoje nós
convidamos para falar sobre o tema, a Analista Didata e Membro efetivo da SBPSP,
Maria Helena de Souza Fontes e a
Psicanalista e também Membro efetivo da SBPSP, Regina Elizabeth Lordello Coimbra.
Segundo a Dra. Maria Helena, seu interesse pelo
estudo do autismo se iniciou quando uma colega lhe encaminhou um paciente
(Paulo) a quem ela havia diagnosticado como autista. “Embora eu já tivesse alguma
experiência no trabalho analítico com crianças, ainda estava em formação na
SBPSP, egressa da prática da psiquiatria infantil. No trabalho com Paulo logo
verifiquei que a técnica e as teorias psicanalíticas de que dispunham não me
eram de grande utilidade – conhecia os trabalhos de Leo Kanner, o primeiro psiquiatra que distinguiu o autismo de
outras formas de retardo mental e definiu suas principais características, a
famosa tetralogia - Déficit de aquisição da linguagem, inutilidade de seu uso
para a comunicação, impedindo a socialização, imutabilidade do ambiente e
estereotipias gestuais. Conhecia também o livro que o psicanalista suíço Bruno Bethelheim, escrevera sobre o
assunto intitulado “ A Fortaleza Vazia”.
Foi devido às minhas dificuldades com essa análise, que tomei conhecimento dos
trabalhos de Donald Meltzer, Esther Bick, Francis Tustin e Ana
Alvarez que a partir da observação dos fenômenos autísticos no trabalho com
seus pacientes, trouxeram não apenas uma contribuição valiosa para o
desvendamento do mundo mental da criança autista, mas também abriram o caminho
para o estudo de uma área de importância capital para o desenvolvimento da
ciência psicanalítica. Refiro-me à área dos fenômenos não verbais, ligados às
manifestações da mente primordial, que não têm, portanto, a possibilidade de
ganhar um significado que permita uma representação psíquica.
Fonte: institutoparadigma.org.br |
No meu
trabalho faço uma comparação entre a teorização desses fenômenos e a descoberta
da partícula que compõe a massa escura do universo, até então uma hipótese
presumida pelos estudiosos da Física. Em ambos os casos a inclusão desses
fenômenos nos campos científicos correspondentes trazem uma mudança de
paradigma de importância incalculável. No que diz respeito à psicanálise,
amplia o espectro dos fenômenos autísticos, estendendo-os à esfera dos
pacientes comuns e mesmo a determinadas manifestações da vida mental de todos
nós, além de trazer outra compreensão para sintomas psicossomáticos, inclusive
à Síndrome do Pânico, tão popular nos dias de hoje”.
Um assunto que vai render uma boa troca de
experiências. Agora, a parte clínica deve ser abordada pela Dra. Regina, que procura em sua apresentação um encontro entre o analista e uma
criança com atraso no desenvolvimento da fala e da capacidade de brincar, ou seja, uma criança
com Transtorno do Espectro do Autismo.
“Na atualidade, há inúmeras propostas técnicas que buscam promover este
trabalho, e como você pode perceber ele tem suas especificidades, que o
diferenciam da Psicanálise de adultos e de crianças sem deficts de
desenvolvimento simbólico.
Consideramos
fundamental o atendimento precoce para estas crianças, e também aos pais, os
quais se apresentam tão mergulhados em sofrimento e dor”, afirmou a psicanalista Dra. Regina Elizabeth Lordello Coimbra.
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