sábado, 2 de março de 2013

''O grito'', de Edvard Munch.
  
Em  nossas publicações anteriores, refletimos sobre questões relativas à contemporaneidade, ao sofrimento psíquico, aos mitos, todos vinculados ao tema de nosso Evento Preparatório para o Congresso Brasileiro de Psicanálise  Ser contemporâneo: medo e paixão.

Mas então, e o medo?
Sentimento tão conhecido por todos nós, intrínseco a condição humana, que nos paralisa, mas por vezes nos protege. Medos vindos de fora, vividos na noite escura e medos vindos de dentro, dos escuros de nossa mente.
Existem medos universais, atemporais, como o medo da morte, que nos une enquanto seres humanos. Em contrapartida, vemos os medos datados, os medos existentes em cada cultura, medos passados de gerações a gerações. Medos presentes e medos futuros.
Infinitos medos. Poderíamos pensar em uma raiz única para o medo?
A psicanálise vem em nosso auxílio nos falar do medo enquanto reação ao desamparo primordial:
“Mas, então, o que é que começa quando a criança vem ao mundo? O que é isso senão a vida? O que começa é o medo. O medo e a criança nascem juntos. E nunca se deixarão”.
                                                         Frederick Leboyer
Medos. Antigos espaços de nossas mentes, restaurados, revisitados, releituras contemporâneas do medo.
Marilena Chauí em seu texto "Sobre o medo" (1987), nos diz:
Temos medo da culpa e do castigo, do perigo e da covardia, do que fizemos e do que deixamos de fazer, dos medrosos e dos sem-medo, das alamedas e dos becos onde “até a canção medrosa / se parte, se transe e cale-se” (apud, Drummond de Andrade).
Ao nos aproximarmos mais verdadeiramente de nossos medos e de nossas paixões, nos aproximamos mais de nós mesmos. Essa é a grande paixão da psicanálise: a busca da verdade. Nunca uma verdade única, mas a verdade de cada um, a verdade que nos desvela e que nos torna únicos.
  
                                   Cristiana Del Guerra Prota Crippa
                                        Membro filiado da SBPRP

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