quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Cinema & Psicanálise na Universidade Apresenta: 

Palestra sobre o filme: "A Vila" 
24 de setembro de 2016 
Luciana MIan 
Psicóloga e membro filiado da SBPRP 
Sessão sábado às 15h 
Local: Anfiteatro 2 da FCAV/UNESP Jaboticabal 



O que podemos considerar como violência? Estamos acostumados a associar esta palavra com atos concretos, tão veiculados na mídia hoje a ponto de se torna banal almoçarmos assistindo o telejornal veiculando uma cena, repetida de maneira exaustiva, de uma senhora sendo atropelada por um ônibus enquanto atravessava a rua. Almoçar, sem sentir repúdio ou mesmo vontade de desligar a TV.
Mas como seriam as “outras” violências? Aquelas cometidas por cada um de nós, sem nem mesmo percebermos, em nossas relações do dia-a-dia?
No filme “A Vila”, o escritor e diretor M. Night Shyamalan nos conta a história de um grupo de pessoas que, em busca de uma vida melhor, funda uma pequena vila em um local remoto e isolado da Pensilvania. Eles esperam manter seus filhos longe da violência que existe nas cidades grandes. Violência da qual cada um deles, de forma diferente, também foi vítima.
A trama é cercada por medos e segredos e mostra quanto esforço os conselheiros fazem para manter a organização e a ordem pré-estabelecida para que seus objetivos sejam alcançados. Porém, uma mentira não é algo que se sustenta sozinha. Ela precisa de esforço e atenção contínuos para que seja mantida e não se revele.
 Assim, para que este arranjo se sustente, “castram” a curiosidades dos mais novos com o medo, já que dizem existir na floresta que cerca a vila estranhas criaturas que aceitaram um pacto de não os atacarem, desde que estes sigam rituais e regras rígidas. Porém, estas pessoas - também vitimas dos próprios medos e dores - se esquecem de que a violência não habita só as cidades grandes. Sentimentos tidos como “negativos” (como o ódio e a inveja) moram dentro de cada pessoa.
Em nome de oferecerem “proteção”, também cometem violência ao esconderem a verdade e incutir o medo nas pessoas que amam.

Luciana Mian - Psicóloga, Membro Filiado da SBPRP.



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