terça-feira, 21 de junho de 2011

Dayane Malta
MTB - 61585/SP

Bom dia pessoal!

Continuando a nossa série especial sobre o Cinema e Psicanálise, hoje convidamos o Dr. Waldemar Zusman, membro da APRio3 (Associação Psicanalítica Rio 3), para fazer sua reflexão a respeito do tema. Espero que gostem!  

Para o Dr. Zusman, um congresso psicanalítico que situa o limite de suas discussões entre o Prazer e a Realidade, abre a todos os seus participantes um enorme campo de observações, uma vez que a Psicanálise ganhou sua condição de ciência ao se mover, e por mover, entre esses dois extremos.

“Quase todo o comportamento humano tenta conciliar a busca do prazer com os limites de uma realidade possível. O que se alcança ao longo deste esforço determina o estágio evolutivo de cada ser humano e suas oscilações. Freud foi o pioneiro dessa investigação. A ele devemos uma nova maneira de entender o homem, levando em conta os processos conscientes, pré-consciente e inconscientes, em suas múltiplas combinações e variadas profundidades,” diz.

As atividades didáticas em que o Dr. Zusman se viu envolvido ao longo do tempo de estudo levaram-lhe a encontrar no cinema cenas que não só exemplificavam o que já havia visto referido nos livros de texto da formação regular, mas também a descobrir, algumas vezes, certos ângulos melhor elucidados.

“O cinema tem uma qualidade essencial inegável: ele permite resumir, num espaço de tempo de aproximadamente duas horas, histórias que, no tempo real, se desdobrariam numa viagem muito mais longa. De um filme, se pode dizer que ele viaja com as velocidades interespaciais, na medida em que extensão de algumas vidas pode ser resumida e compreendida pelos recursos mentais de um bom diretor, que recorre a todos os tipos de cortes necessários, como flashback, por exemplo. Ademais, nada se parece tanto com o funcionamento mental quanto os múltiplos recursos do cinema, com sua fotografia e suas técnicas de edição, capazes de transmitir à platéia, pela representação (muda ou falada), o que se desdobra no tempo de duração da película,” afirma.

Segundo o Dr. Zusman, a esses fatores é que se deve o fato de que um grande número de Sociedades Psicanalíticas promova a projeção de filmes seguida de interpretação e debates, como o faz a SBPRP com o seu Cinema e Psicanálise. Nestes casos, a discrição sigilosa referente ao uso de material clínico em público pode ser substituída pelo trecho de um filme. “Não é raro que os Congressos Psicanalíticos atuais também programem uma sessão de cinema que reúne um bom número de debatedores. Afinal, o cinema e a psicanálise nasceram em épocas muito próximas”, conclui.                                   

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso  Congresso! E em nosso próximo post, fecharemos nossa série de depoimentos sobre o tema Cinema e Psicanálise. Não deixem de conferir!
 

DICA: Visite também o site Cinema & Psicanálise, o grupo se realiza mensalmente apresentações de filmes, que em seguida são comentados por psicanalistas membros da SBPRP. É um encontro descontraído e super interessante para os amantes da Sétima Arte. Participe!

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