“SONHAÇÕES”
Encontro Preparatório
para o XXV Congresso Brasileiro de Psicanálise
SONHO/ATO: A
Representação e seus Limites
12 E 13 JUNHO DE 2015
Local: Hotel Stream
Palace – Ribeirão Preto
Conheça
os palestrantes:
Prof. Dr. Sergio Ferraz Novaes
O
pesquisador Sergio Ferraz Novaes, Professor Titular do Instituto de Física
Teórica da Universidade Estadual Paulista-SP, é um cientista que desde o início
de sua carreira trabalha com garra e entusiasmo na busca do novo.
Sua
consistente trajetória cientifica na área de física experimental de altas
energias lhe possibilitou ser um dos poucos brasileiros a trabalhar no Centro
Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), tornando-se um dos principais colaboradores
brasileiros nos experimentos com o Large Hadron Collider (LHC, ou Grande
Colisor de Hádrons, em português). Foi também um dos primeiros pesquisadores
brasileiros a publicar um artigo sobre os mecanismos de produção do Bóson de
Higgs, ainda na década de 80.
Em
entrevista ao Blog da UNESP, em 18/07/2013 (http://www2.unesp.br/revista/?p=65)
Novaes disse que o interesse pela física surgiu na adolescência, nas aulas de
física, mas ressalta que, um dos fatores que o levou a escolher a física, foi a
necessidade de escaper do tédio cotidiano, a ideia de que não suportaria
trabalhar em um lugar onde saberia exatamente o que fazer durante aquele dia.
Em
1978, Ao terminar a graduação em física na Universidade de São Paulo, USP, foi
trabalhar no Instituto de Física Teórica da UNESP (IFT) com um dos únicos
cosmólogos brasileiros. Interessado no tema e, atento à importância que o
estudo na área de partículas tem na evolução do universo, retornou à USP onde
se doutorou e realizou pesquisas investigando partículas. Nesta época, começou
também a trabalhar com o Bóson de Higgs, tema que em 1978 começou a emergir
como um desafio teórico e experimental à comunidade cientifica. Envolveu-se de
tal forma nestes estudos que o tema passou a ser central recorrente em sua
vida. Foi, provavelmente, o primeiro pesquisador no Brasil a publicar um artigo
sobre o Bóson de Higgs, em 1982. No final de 1987 seguiu para Berkeley, para o
pós-doutorado no Lawrence Berkeley National Laboratory, onde também trabalhou
com o Bóson de Higgs.
De
volta ao Brasil, em 1990, foi contratado pelo Instituto de Física Teórica da
UNESP para desenvolver pesquisas e dar aulas na pós-graduação. Dedicou-se
inicialmente à fenomenologia das partículas elementares, trabalhando na
interface entre a física teórica e experimental. Trabalhou com o Modelo Padrão,
um modelo desenvolvido pelos cientistas na década de 1960 que explicava todos
os eventos experimentais de forma extremamente competente, resultando em um
excelente acordo entre teoria e experimento. Estes resultados revelaram-se
frustrantes para o cientista que desejava ir além da aplicação de um modelo nos
experimentos. Para Novaes, a pergunta tinha que estar no outro lado, no lado do
experimento. Passou então, a buscar por resultado experimental novo, que
quebrasse o modelo e indicasse um caminho para o progresso.
No
final da década de 90, decide deixar a física teórica para investir seus
esforços nos experimentos. Em 2000 trabalhou no Fermilab, nos EUA, onde
desenvolveu experimentos no maior acelerador de partículas daquela época. A magnitude
dos trabalhos e pesquisas que desenvolveu naquele laboratório podem ser
comparada às dos experimentos desenvolvidos no Centro Europeu de Pesquisas
Nucleares - CERN.
Como
colaborador nos experimentos com o Large Hadron Collider (LHC, ou Grande
Colisor de Hádrons, em português), no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN),
o pesquisador trabalha com o maior acelerador de partículas existente no
planeta, que é também, segundo ele, a instrumentação cientifica mais complexa
existente na face da terra. Este acelerador está instalado num túnel de 27 km
de circunferência a 175 metros abaixo do nível do solo, na fronteira franco-suíça,
perto de Genebra.
A
descoberta da partícula de Higgs (partícula de Deus), em 2012, além de ser
relevante para a comunidade cientifica, coroou também de satisfação o professor
Sergio Novaes, pelo seu investimento de anos de trabalho e estudos sobre
partículas. Para ele, esta foi a descoberta cientifica mais importante na
física de partículas nos últimos trinta anos. O Bóson de Higgs é a partícula
que faltava para completar o Modelo Padrão, um complexo arcabouço teórico que
descreve as forças fundamentais que constituem todo o material do Universo.
Mas
esta descoberta não foi encarada por Novaes como a fronteira final da física
das partículas, ao contrário, foi encarada como um começo.
A
perspectiva de que possivelmente o Modelo Padrão não seja a resposta para tudo,
coloca em pauta uma série de questões e dilemas teóricos mais complexos, que
indicam que provavelmente o Modelo Padrão é capaz de explicar um determinado
nível de natureza, mas que precisaríamos compreender alguma coisa além, que
ainda não temos ideia do que é. Mas Novaes é otimista, e espera estar ativo
como cientista quando que este fio puder ser alcançado e puxado.
Atualmente
seu grupo de pesquisa trabalha com modelos alternativos, na tentativa de
encontrar nos dados do LHC algo que possa sinalizar a existência de dimensões
extras.
Vale
ainda assinalar que o Núcleo de Computação Científica da UNESP, que abriga dois
projetos de computação de alto desempenho foram criados e são coordenados por
Novaes. Um deles é o Sprace (Centro Regional de Análises de São Paulo), que faz
o processamento e a simulação dos dados gerados pelo CMS no acelerador de
partículas LHC. O outro é o GridUnesp, que integra, em alta velocidade, três
mil núcleos de processamento de dados interligados entre sete campi da
universidade, servindo mais de 250 pesquisadores e 45 grupos de pesquisa da
UNESP.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue interessante esse encontro entre Física e Psicanálise. Aguardo com ótimas expectativas poder participar dessas sonhações...
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