Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431
Boa tarde, pessoal!
No texto anterior foi abordado o tema “Limites: Prazer e Realidade” (XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise) do ponto de vista da experiência clínica. Hoje, dando continuidade nesta linha de debate vamos pincelar um pouco do conceito do consagrado analista francês André Green sobre Limites: os desafios, a técnica e a dificuldade vivenciada pelos analistas ao lidar com este tema. A convidada para explicar um pouco mais sobre este assunto é a Psicanalista e Membro efetivo da SPMS/SPRJ, Leila Tannous Guimarães. Veja o que ela diz:
“Limites e desafios no tratamento de pacientes com as chamadas “novas patologias‟ são matérias relevantes nas discussões sobre o alcance do trabalho analítico e sua ficácia. Independentemente da terminologia utilizada por diversos autores (limítrofe, borderline, caso-limite, fronteiriço, falso-self), esses pacientes têm sido objeto de inúmeras reflexões teóricas, além de excelentes exemplos clínicos, na literatura psicanalítica, a fim de ilustrar o extenso arcabouço teórico e complexidade técnica envolvidos na prática clínica.
Um dos desafios que rondam a psicanálise pode ser representado por “ataques ao enquadre” (Green, 1975; 1982), cujo limite (enquadre) torna-se imprescindível para o desenvolvimento da relação e do processo da análise. Esses ataques, no âmbito do enquadre, são constituídos por defesas primárias e rígidas do paciente e, por reações contratransferenciais intensas, que não só surpreendem o próprio analista como também o colocam em posição de permanente revisão e retomada dos seus limites psíquicos na relação com o paciente, demandando dele uma postura ainda mais investigativa e pacienciosa para com os aspectos constitutivos da subjetividade e intersubjetividade do par.
Os impasses que se originam no interior da relação analítica revelam
o modo precário com que esses pacientes constroem seus limites psíquicos, tanto internos quanto externos, assim como da pouca integração de suas funções egóicas e, consequentemente, do prejuízo da capacidade simbólica, da associação livre e da comunicação verbal. A precariedade desses limites deriva da vicissitude do objeto, melhor dizendo, do interjogo de intensas angústias de fusão (invasão ou engolfamento pelo objeto) e de separação (perda ou abandono do objeto), o que muito contribui para a instabilidade na qual a estrutura psíquica mantém seu funcionamento. A partir dessa dinâmica é possível compreender as sensações de vazio, as instabilidades do humor e intensos sentimentos de dissolução, observados nas depressões que se instalam mediante o aparente nada.
No sentido teórico, “limite” é um conceito proposto por André Green (1988) que ganha relevância para definir as características da clínica psicanalítica atual, assim como para expressar a precariedade da estrutura psíquica de determinados pacientes. No sentido da técnica, pode-se pensar em limites que o analista deve suportar perder ou “abolir para calcar seu funcionamento mental sobre o funcionamento mental do paciente” (Green, 1990.p.21) e, também, em conquistar limites que são estruturantes, como aqueles que surgem do manejo cuidadoso da transferência e da contratransferência e que contribuem para a construção de um psiquismo relacional, cujos “espaços potenciais” são necessários ao bom desenvolvimento da psicanálise”.
Um dos desafios que rondam a psicanálise pode ser representado por “ataques ao enquadre” (Green, 1975; 1982), cujo limite (enquadre) torna-se imprescindível para o desenvolvimento da relação e do processo da análise. Esses ataques, no âmbito do enquadre, são constituídos por defesas primárias e rígidas do paciente e, por reações contratransferenciais intensas, que não só surpreendem o próprio analista como também o colocam em posição de permanente revisão e retomada dos seus limites psíquicos na relação com o paciente, demandando dele uma postura ainda mais investigativa e pacienciosa para com os aspectos constitutivos da subjetividade e intersubjetividade do par.
Os impasses que se originam no interior da relação analítica revelam
o modo precário com que esses pacientes constroem seus limites psíquicos, tanto internos quanto externos, assim como da pouca integração de suas funções egóicas e, consequentemente, do prejuízo da capacidade simbólica, da associação livre e da comunicação verbal. A precariedade desses limites deriva da vicissitude do objeto, melhor dizendo, do interjogo de intensas angústias de fusão (invasão ou engolfamento pelo objeto) e de separação (perda ou abandono do objeto), o que muito contribui para a instabilidade na qual a estrutura psíquica mantém seu funcionamento. A partir dessa dinâmica é possível compreender as sensações de vazio, as instabilidades do humor e intensos sentimentos de dissolução, observados nas depressões que se instalam mediante o aparente nada.
No sentido teórico, “limite” é um conceito proposto por André Green (1988) que ganha relevância para definir as características da clínica psicanalítica atual, assim como para expressar a precariedade da estrutura psíquica de determinados pacientes. No sentido da técnica, pode-se pensar em limites que o analista deve suportar perder ou “abolir para calcar seu funcionamento mental sobre o funcionamento mental do paciente” (Green, 1990.p.21) e, também, em conquistar limites que são estruturantes, como aqueles que surgem do manejo cuidadoso da transferência e da contratransferência e que contribuem para a construção de um psiquismo relacional, cujos “espaços potenciais” são necessários ao bom desenvolvimento da psicanálise”.
Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! E em nosso próximo post, mais um comentário sobre o tema de nosso Congresso.
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