Por Cristiane Sampaio
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Boa tarde, pessoal!
Pois bem, o capitalismo chegou aos pouquinhos, como dizem os mais velhos “comendo pelas beiradas” e olhe só: Se não consumirmos, não seremos felizes. Isso é o que diz a Psicanalista e membro associado da SPRJ, Maria Aparecida Duarte Barbosa em seu depoimento sobre o tema de nosso Congresso Brasileiro de Psicanálise “Limites: Prazer e realidade”. Acompanhe o que ela diz:
“Muito oportuna a escolha do tema do próximo Congresso Brasileiro de Psicanálise, Limites: prazer e realidade, na medida em que ao olharmos a sociedade atual o que encontramos é a Primazia do Prazer. Não importa a que preço, não importa o “day after”, muito menos importa o outro. Prazer fugaz, efêmero, fluido, que evapora rapidamente levando ao desprazer da constatação desse grande vazio interno, mal da contemporaneidade. Não há mais a preocupação com a transmissão de valores éticos formadores de sujeitos comprometidos com a coletividade que nos tornarão aptos a distinguir entre o vício e a virtude, o justo e o injusto, o correto e o pernicioso. A ênfase está no Eu, Meu, Para Mim.
A mensagem que é transmitida é: vire-se, seja esperto, realize, consuma, vá atrás do seu gozo, mesmo que seja em detrimento do outro, mesmo que seja alienante. Há uma excessiva valorização narcísica do indivíduo.
O imperativo da lei não é mais renúncia ao excesso de gozo. Chegamos ao “Império dos sentidos”. A lei maior a que estamos nos submetendo é a do MERCADO que nos diz que só seremos felizes se consumirmos. Esse é o preço da pós-modernidade, que trouxe para os indivíduos caminhos do BEM e do MAL.
No fim do século XIX o Ocidente se beneficiou das descobertas de Freud que deram ao sujeito a possibilidade da escuta da permanente construção de si mesmo. Nós, enquanto indivíduos que pretendemos a convivência comunitária, inventamos um universo de valores, uma ética que vai além dos deveres, responsabilidades e obrigações para com a coletividade, mas favorece as ligações necessárias para enraizar o vínculo social. É o passo importante da cultura que, afinal dá ao ser humano (esse animal racional cujo destino não está traçado no automatismo do instinto) a proteção necessária ao seu desamparo. Criamos a lei para sobrevivermos, para nos proteger do caos da natureza. E a lei primordial que nos insere na cultura é a interdição do incesto.
Temos na teoria psicanalítica a segurança de alicerces sólidos para nossa prática, mas que nos instigam a transgredir em busca de ampliarmos nossos limites, desejo constante que fazia transbordar de prazer nosso mestre, Freud. Até Ribeirão Preto!”
Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! E em nosso próximo post, mais um comentário sobre o tema de nosso Congresso.
Não deixe de conferir!
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Contato: limitespr@gmail.com
Prazeres fugazes que não trazem o alivio de nossas angústias. Pelo contrário, as potencializam.
ResponderExcluirUm abraço
http://ideiascirculares.blogspot.com/
Obrigada pelo comentáio. Continue sempre participando por aqui!
ResponderExcluirAtt,
SBPRP