quinta-feira, 31 de maio de 2012


Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431


Olá, 

Hoje vamos abordar um pouco mais sobre o tema transformações, que será debatido no evento, em 15 e 16 de Junho, aqui em Ribeirão Preto.

“Suponhamos agora que observamos um trecho de ferrovia; uma reta até onde a vista alcança. As duas retas formadas pelos trilhos serão vistas como se estivessem convergindo. Sabemos que se fôssemos testar a convergência, caminhando ao longo da ferrovia, tal convergência não seria confirmada. No entanto, se percorrêssemos uma certa distância e nos voltássemos para trás, olhando para o ponto de onde partimos, a convergência pareceria estar em nossa retaguarda. Ela seria confirmada pelo nosso sentido da visão: as duas retas paralelas encontram-se em um ponto. Onde fica este ponto?”
                                   (Transformações - Bion, 2004, p 16).

Onde fica este ponto?

É a partir desta questão, que Bion se ocupa ao longo de seu texto: existe a ferrovia com seus atributos, e, existe o observador com seu olhar. Tal ponto, fugaz e mutável, existe em um exato instante da relação entre o observador e a ferrovia. No instante seguinte será outro ponto ou ponto nenhum. O ponto é a representação alcançada, pelo observador, daquele exato instante de sua relação com a ferrovia. Entre o ponto, na condição de existente, e a ferrovia, algo se mantém imutável, invariável; e, algo é variável, se modifica, é transformado na e por nossa mente. 

Em cada ponto, enquanto existente em nossa mente, qual a transformação que realizamos? O que se manteve invariável e o que se modificou em relação ao trilho? Que qualidades de transformações efetivamos? Efetivamos qualidades de transformações que chegam ao nível de não mais detectarmos atributos pertencentes ao trilho? E, retornando à citação inicial, o que pensar quando ao observador não é possível testar a convergência dos trilhos?

Assim, de forma simples, que nada tem a ver com fácil, Bion propõe que a ciência da psicanálise se ocupe não com estruturas mentais da mente humana ou com a história de vida de um indivíduo. Nem mesmo com as representações em si que o indivíduo faz de suas experiências, mas com a qualidade de transformações. Bion ocupa-se com a qualidade de transformações que a mente do analisando efetiva de suas experiências emocionais, e com a descrição, para o analisando, dessas qualidades de transformações que faz. Preconiza que dessa forma o analisando alcançará a condição de apropriar-se daquilo que é, tornando-se, cada vez mais, o que sempre deveria ter sido. O analista, na sua função, abraça como norte suas observações, sua intuição e suas próprias experiências emocionais.

É desse vértice proposto por Bion que nossos convidados James Grotstein (vídeo conferência direto de Los Angeles), Arnaldo Chuster (SPRJ), Célia Fix Korbivcher (SBPSP), Júlio Frochtengarten (SBPSP) e Renato Trachtenberg (SBPdePA) se ocuparão durante o nosso evento.

Ninguém vai perder!


*AS VAGAS SÃO LIMITADAS. Acesse e se inscreva! http://www.sbprp.org.br/sbprp/

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431


 
Olá,

Hoje, vamos postar com exclusividade uma grande entrevista com um dos maiores nomes da Psicanálise na América Latina, Hernán Rámon Davanzo.

Natural de Santiago, o Professor diz que sua vocação profissional partiu de dentro de casa, com seu pai, um grande médico. Trabalharam juntos até que Hernán optou por seguir pela formação psiquiátrica e psicoanalítica.

Em 1949, o grupo de estudos em que fazia parte, dirigido pelo Dr. Matte Blanco foi aceito como Associação Chilena de Psicanálise (APCH), reconhecida pela IPA. No ano de 1951, Hernán começa sua formação psicanalítica. Com análises pessoais e de controle. Além de seminários teóricos e clínicos. Ele tralhava seis horas diárias, divididas entre a Faculdade e seu consultório particular.

Já em 1956, o Dr. Sergio Rodríguez (Professor de Hernán) é contratado pelo Diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Professor Zeferino Vaz, para começar a formar um Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria na USP, que era recém-inaugurada na cidade. Depois de um ano, Rodríguez regressou ao Chile e propôs à Hernán que continuasse este trabalho. Ele por sua vez vai até Ribeirão e foi prolongando ano a ano as suas funções dentro da Universidade. Foram quase nove anos de muita atividade, entre a vida universitária e profissional.

Após essa breve introdução sobre este grande mestre, podemos começar com nossa entrevista.    
 

Gostaria de iniciar falando da SBPRP. O senhor realizou um acompanhamento intenso no Grupo de Estudos, antes de sermos uma Sociedade. Como foi essa participação?

Fui invitado por el Dr. Etchegoyen para integrar un Sponsoring Committee dirigido por Jacqueline Ammati-Mehler (de Roma) y con Moisés Memlij (de Lima), destinado a acompañar el desarrollo del grupo de estudios Psicoanalíticos de Ribeirao Preto, reconocido por la IPA. Ibamos en visitas de tres días, dos veces al año, trabajando intensamente con los integrantes locales.

Así volví a Ribeirao Preto y continué visitándolos por espacio de once años, hasta que el 2005 en el Congreso Internacional de Rio se les reconoció como Sociedad Componente autónoma. Los últimos cinco años Jacqueline y Moisés se retiraron y fueron sustituidos por Sonia Abadi (de Buenos Aires) y el Dr. Branski (de Bogotá). Cuando el grupo de estudios creció en cantidad y calidad pasó a constituirse en Sociedad Provisoria, y nuestra asesoría se llamó Liaaison Committee, con visitas de tres días intensos peo sólo una vez al año.
Los once años de colaboración junto al grupo de Ribeirao Preto fueron de gran interés profesional, motivo de aprendizaje compartido y desarrollo de amistades duraderas.

También fue un período de estimulación intelectual, profesional y personal. El reencuentro con los viejos amigos siempre resultó muy emocionante.

 

E o que o senhor tem realizado nos últimos anos?

Los últimos años de mi actividad profesional se han limitado a compartir las actividades de la APCH y mantener mi trabajo privado de consultorio.
He abandonado deliberadamente encargos administrativos. 

De la Universidad estoy jubilado (aposentado) desde 1990.

En la APCH he compartido el interés por las nuevas corrientes intersubjetivas y vinculares. En mi trabajo privado siempre he combinado la práctica del psicoanálisis, de la psicoterapia analítica y de la psicoterapia analítica de grupo, que incluye familia y parejas. Últimamente, y en función de mi edad ya no tomo personas en psicoanálisis.

Para terminarmos, como foi para o senhor participar do Simpósio de 50 anos do Hospital Dia?

En mi participación en el Simposio quisiera hablar más desde la perspectiva de mi experiencia de muchos años, sin recurrir a las bibliografías, sino en función de lo que se plantee más actualizadamente en las discusiones. En todo caso, el funcionamiento grupal me parece muy digno de ser considerado.

É isso, terminamos a entrevista por aqui. Nos vemos no próximo post! 

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