Berggasse 19 – Vol. V, Nº 1 –
“Cinema e Psicanálise”
Resumos dos Artigos
1.
O
piano: uma proposta de compreensão psicanalítica
Anette
Blaya Luz, SPPA
Resumo: O texto é uma reflexão a
respeito do filme O piano enfatizando
a íntima relação que existe entre estas duas artes: fazer Cinema e fazer
Psicanálise. Aborda aspectos sociológicos da posição da mulher na sociedade
retratada no cenário da época deste filme. Propõe um exercício de compreensão
psicanalítica das diferentes conflitivas que atormentam os três principais
personagens da história através dos fundamentos teóricos das obras de
D.W.Winnicott e W. Bion.
2. O
que parece, quando aparece? Psicanálise e Cinema em foco
Silvana Rea – SBPSP/USP
Resumo:
A partir da filmografia do cineasta Orson Welles, a autora traça relações entre
a linguagem cinematográfica e a situação transferencial na clínica
psicanalítica, em seus aspectos de ilusão e de prestidigitação.
3. Gravidade: a impactante trajetória de
renascimento de uma mulher à deriva no espaço e a ameaça de aniquilamento que a
acompanha
Nara
Amália Caron, SPPA
Rita
Sobreira Lopes, Porto Alegre, UFRGS
Resumo:
O filme Gravidade é uma ficção que
ajuda a criar um modelo da experiência do nascimento, nesse lugar de difícil
acesso pela linguagem verbal e memória. Para Bick (1986), ao nascer, o bebê
está na posição de um astronauta que foi enviado ao espaço sem a vestimenta
adequada. Nesta condição, está sujeito a angústias catastróficas, equivalentes às
agonias impensáveis descritas por Winnicott (1968/1988): medo de cair para
sempre, despedaçar-se, perder conexão com o corpo, isolamento completo sem
meios de comunicação. Em sua primeira missão espacial, Ryan é
acompanhada por um astronauta veterano, Matt Kowalski, que está no comando da
nave espacial, em sua última missão. A nave é quase destruída após colidir com
lixo espacial, deixando ambos à deriva, dependendo um do outro e na total
escuridão – como a mãe com o seu bebê no trabalho de parto. É uma metáfora do
nascimento e renascimento.
4.
Aspectos
internos assustadores
Comentários
sobre o filme Dogville, de Lars Von
Trier
Suad
Haddad de Andrade, SBPRP
Resumo: O filme Dogville fala de nossa violência interna e como ela comparece nos
grupos sociais. Grace é uma fugitiva que é acolhida em uma pequena e pacata
cidade, mesmo contra a vontade da maioria de seus moradores. Sem se darem
conta, eles vão se revelando na relação com ela. No final, quem revela uma
violência assustadora é ela, que, com a ajuda do pai, um gângster, destrói a cidade.
5.
Coisas
que perdemos pelo caminho: a reconstrução do mundo interno
a partir de experiências de luto e melancolia
Silvana
Maria Bonini Vassimon, SBPRP
Resumo: A
fatalidade invade sem aviso e sem prerrogativas. A vida de uma família é
transtornada pela perda do pai e é no encontro do luto de sua esposa, com a
profunda melancolia de um amigo drogadicto, que vai ser buscado e recuperado o interesse libidinal que conjuga as pessoas, que as conecta em interesses e
cuidados e faz despertar a esperança. É nessa trágica passagem da vida que
Audrey e Jerry se encontram e vão fabricar, em desesperador esforço, o
interesse amoroso pelo “outro”, como fonte de elaboração pelas perdas, fonte de
luta para o resgate do que restou dos “incêndios”, e fonte de esperança para
continuar a vida.
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