Poderosa Afrodite (Mighty Aphrodite, 1995) Direção de
Woody Allen. Elenco: Woody Allen, Mira Sorvino, Helena Bonham Carter.
O cronista esportivo Lenny Weinrib (Woody Allen) é pressionado pela
esposa – a galerista de arte Amanda (Helena Bonham Carter) – a adotar um
bebê. O garoto vai crescendo e demonstrando
cada vez mais inteligência, o que chama atenção do seu pai. Decidido a
descobrir a identidade da mãe biológica de seu filho, Lenny decide buscar
informações no centro de adoção. Depois de algumas pesquisas, ele encontra a
mulher que tanto buscava. Sua surpresa será grande ao conhecer Linda Ash (Mira
Sorvino), uma prostituta nova-iorquina que é também conhecida pelo
pseudônimo de Judy Cum na indústria pornográfica. Lenny finge ser um cliente
para ajudar Linda a abandonar a vida fácil e se tornar a mãe que seu filho
poderá conhecer futuramente. “Poderosa Afrodite” (Mighty
Aphrodite) tem, como principal encantamento, o roteiro brilhantemente
escrito, como de praxe, pelo próprio Woody Allen, que irá amarrar todos os
acontecimentos através dos narradores gregos.
Em novembro, no Instituto Figueiredo Ferraz, uma de nossas convidadas a
comentar este filme será Marisa Gianecchini. Ela nos presenteia com o
interessante estímulo para aquecer nossa reflexão:
Entre Moralizacão e Sensibilização
O filme A Poderosa Afrodite,
de Woody Allen, convoca o espectador para dois espaços em que se desenvolve a
narrativa ficcional: os Estados Unidos e a vida pulsando na pós-modernidade e
uma Itália do tempo da Magna Grécia e da cultura grega naquele lugar. Nesse
jogo entre presente e passado, o teatro antigo se reinventa, com atores
vestindo máscaras, à maneira do espetáculo na Ática clássica. Em plena Itália
(Agrigento ou Siracusa), um Coro, sentencioso, lê os mitos, enquanto um casal
norte-americano vive seus conflitos. O filme quebra os limites entre os dois
espaços e acorda nossos sentidos para entendermos que a Moralização, com que o
Coro tenta intervir, não dá conta do humano e suas paixões.
Marisa Giannecchini
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