O Complexo de Édipo e as implicações clínicas nos Transtornos
Alimentares
Maria Auxiliadora B. dos Santos
SBPRP / SBPSP
Nos
primórdios da vida, o bebezinho vive a doce crença de que é UNO com a mãe, o
que é por algum tempo, acalentada por ela. A mãe saudável, reconhecedora de que
seu bebê é fruto da relação amorosa com o pai, gradativamente “apresenta-o”
para que o bebê “re-conheça” nele, aquele que limitará seu desejo desmedido
pela mãe, cedendo espaço ao novo, ao símbolo, à Cultura.
Abordaremos
nesta reunião, as tragédias provenientes de quando a mãe, como Jocasta, faz
“vistas-grossas” à verdade: o bebê não é fruto exclusivo seu, mas constitui um
outro Ser, originário de um casal, cujo pai foi obliterado em sua função
criadora e interditora.
Contudo,
a redentora necessidade de conhecer a origem como Édipo, poderá permitir sair
da “ilusão de ser UNO com a mãe”, e caminhar rumo à verdade de que a “unidade
do Ser é um casal” que originou o bebê, como colocado por W.R. Bion em São
Paulo (SBPSP/1978).
Esta,
a triangulação possível, quando se possui amor à verdade. O contrário, é a
permanência na fusão psicótica com a mãe, mediada eternamente pelo alimento
concreto, o que poderá desembocar na arena dos transtornos alimentares.
Sugestão de
leitura ou filme:
“Édipo
Rei”, de Sófocles.
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