sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por Cristiane Sampaio
mtb: 61431


Boa tarde, pessoal!

Hoje, trazemos um depoimento com um ângulo diferente de discussão, sobre a temática do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise. Segundo o Psicanalista e Membro Efetivo da APRio3, José Carlos Zanin, na experiência clínica com relação aos limites é possível observar diversas formas e atitudes do paciente que geram conseqüências como ilusões e tristezas. 

Já a realidade, mais cedo ou mais tarde, acaba por revelar o famoso “agir/desejar sem pensar”, que nos leva a tantos desatinos, alegrias ou arrependimentos. Afinal, isso é nada além de agir/desejar por impulso. Veja o que ele escreveu sobre isto:
 
“A inspiração que ocorre desta temática é relacioná-la à experiência clínica. Desde a demanda e no curso da análise, observamos manifestações do princípio do prazer-desprazer e do princípio da realidade com as bases no processo primário e no secundário, e oscilações entre posições esquizo-paranóide e depressiva. Uma análise que viabiliza a harmonização da dualidade instintiva em confronto ou em integração também conscientiza o analisando quanto aos conflitos em ação por toda vida.
 

Na clínica, quanto aos limites, temos as transgressões e as inibições. Nestas, observamos bloqueios, desvios, o pensamento concreto, a compulsão à repetição. Da ação de forças instintivas gerando fantasias e angústias, com os mecanismos de defesa acionados, resultam apensas situações de alívio, o que é tomado como prazer. Na realidade prazer é diferente, há consciência de um conteúdo, de uma relação afetiva interna e da opção por um objetivo. Os efeitos terapêuticos – transformações psíquicas – implicam aquisições de mais consciência, maior “noção de si mesmo”, com superações de limites das paradas do desenvolvimento e acomodações patológicas. A recuperação dos aspectos de si próprio, antes projetados de forma identificatória, com perdas da noção de si mesmo, traz a ampliação do conhecer-se.
 

Mais consciência indica organização e integração e maior capacidade de “abster-se agora para realizar melhor depois”. A realidade deve ser o sítio das realizações, do prazer “significativo”. No princípio do prazer – desprazer a mente “deseja-sem-pensar”, o que inclui alucinatoriamente fantasias, negação da realidade externa e interna, formação de sintomas e transgressões que partem da intolerância à frustração e impulsos destrutivos, ações do processo primário e dos estados narcísicos. Imediatismo e angústias face à separação-individuação. Bion assinalou que a evolução para o princípio da realidade coincide com a capacidade para pensar. Frente à frustração, a evasão alucinatória e a aversão à conscientização são fugas da realidade que projetam o sujeito no distúrbio mental. “Atualmente observamos inovações e banalizações induzindo que sejam absorvidas, sem avaliações críticas, características patológicas assimiladas como naturais e, mais uma vez, o conhecimento psicanalítico fica na “contramão”.”

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! E em nosso próximo post, mais um comentário sobre o tema de nosso Congresso.
 
Não deixe de conferir!

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Contato: limitespr@gmail.com

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