quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dr. Roosevelt Cassorla, médico, psicanalista e membro efetivo da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, conta um pouco de como será o curso que ministrará no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise

Por Dayane Malta
MTB - 61585/SP


Boa noite pessoal!

Hoje nós convidamos o médico, psicanalista e membro efetivo da SBPSP, Dr. Roosevelt Cassorla, para falar sobre a reflexão psicanalítica chamada “Acting e Enactment: A Clínica do Trauma e a busca da Simbolização”, que ministrará no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

O Dr. Cassorla começou sua vida profissional na Medicina Preventiva como professor da Unicamp. Passado um tempo, transferiu-se para o departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria, e partir desse momento passou a dedicar-se basicamente à psicologia médica e psicoterapia com adolescentes.

O estudo sobre suicídio o aproximou de pacientes graves, que foram o estímulo inicial para as linhas de investigação de seu interesse.  O passo seguinte foi à formação analítica e graças ao clima aberto e criativo da SBPSP pôde se desenvolver em vários aspectos e aos poucos ficou mais interessado em compreender melhor o que ocorre no campo analítico.

“Vejo-me inserido no que tem se chamado ‘Psicanálise Contemporânea’ que a entendo como intersubjetiva, anti-escolástica e anti-dogmática, que valoriza a experiência clínica e vê as teorias como formas provisórias de dar-lhes sentido,” afirma.

Atualmente é membro didata da SBPSP e professor titular convidado da Unicamp, além de Membro do Núcleo de Psicanálise de Campinas e Região. “Meus interesses em Psicologia Médica me fazem manter, há muitos anos, um grupo Balint, onde médicos discutem sua atividade valorizando aspectos emocionais”, diz.

Limites: Por favor, fale um pouco sobre o curso que você ministrará no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, em Ribeirão Preto. Qual é o seu objetivo? Qual público ele será destinado?

Dr. Cassorla: Eu, juntamente com o colega Mauro Gus, de Porto Alegre, vamos abordar os aspectos relacionados ao trauma e ao enactment. Ambos temos estudado e publicado sobre esse assunto.

Enactment é um termo, cada vez mais utilizado, que descreve situações de recrutamento de ambos os membros da dupla quando envolvidos em áreas de simbolização perturbada. A capacidade de pensar é obstruída e parece predominar a descarga de elementos não pensados. No entanto, temos demonstrado que esses fatos obstrutivos incluem um trabalho de sonho implícito, em que a dupla – ao mesmo tempo em que parece paralisada – implicitamente tenta recuperar áreas traumáticas.

O que tenho chamado “enactment agudo”, isto é, uma aparente explosão do campo analítico, se constitui num trauma atenuado, possível de emergir graças ao trabalho implícito da dupla analítica. Temos trabalhado para evitar que supostos erros cometidos pelo analista sejam compreendidos para além de condenações moralísticas e, com as exceções previsíveis, temos verificado que sua compreensão ajuda a aprofundar o processo analítico com pacientes graves. Este curso “Trauma e enactment” será aberto para toda a comunidade psicanalítica.

Limites: Quais atividades serão desenvolvidas durante o curso? O que está sendo preparado?
Dr. Cassorla:
Além da atividade que citei, teremos a “Microscopia da Sessão Analítica”, esta aberta apenas para  candidatos e membros em formação. Trata-se de estudar uma sessão analítica em detalhes, através da discussão em grupo. Teremos 4 horas para tal.

Essa atividade é baseada nas experiências que tive em Working Parties dos quais participei em vários Congressos Internacionais, fruto principalmente das idéias de Haydée Faimberg, analista argentina radicada em Paris, que estuda a “escuta da escuta”. Utilizo método similar ao dela, estimulando que os participantes “sonhem” pequenos trechos de sessão e discutam seus sonhos. A sequência da sessão validará ou não os “sonhos” anteriores. Busco de certa forma, as teorias implícitas nessa escuta.

A “Microscopia da Sessão Analítica” vem sendo realizada com os membros filiados da SBPSP há três anos e tem se revelado muito estimulante. Estou esperançoso que algo similar ocorra no Congresso.

Limites: Como você vê o tema Limites: prazer e realidade, tema do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise?
Dr. Cassorla: Como diz Woody Allen: “Detesto viver na realidade, mas é o único lugar onde posso comer um bom bife com batatas fritas”.  Sem considerar o fenômeno psicótico manifesto, a vida pode, aparentemente, ser sentida como "ótima” se vivemos fora dela, narcísica ou maniacamente, mas o preço a ser pago costuma ser alto, para o indivíduo, para o grupo social ou para ambos.

A riqueza da vida é função da relação com o outro. Esse outro nos enriquece, nos faz pensar, nos fertiliza, permite o desenvolvimento da cultura. Mas, esse mesmo outro exige que o consideremos e o respeitemos em sua individualidade. A Ética se inicia quando percebemos sua presença. Mas, somente podemos ter essa percepção e respeito, se conseguimos elaborar o contato com a realidade, isto é, a assunção da triangularidade edípica.

A grande maioria das patologias, individuais e sociais, implica em relações narcísicas ou duais, em que o outro é vivido como um prolongamento do si-mesmo, visando seu controle sedutor e/ou destrutivo. Mas, a maldade pode ocorrer também em áreas de discriminação self-objeto.

A psicanálise, com certeza, é uma área de conhecimento ímpar para compreender e lidar com isso e o Congresso nos fará trocar idéias sobre aspectos individuais, grupais, familiares e sociais dessas situações. Penso, no entanto, que a psicanálise ainda não tem recursos nem teorizações suficientes para lidar com a maldade. Sabemos que ela, incipiente, pode desenvolver-se e tornar-se extrema, contaminando os demais e tornando-se hegemônica.

* Dr. Roosevelt Cassorla
ministrará o curso “Acting e Enactment: A Clínica do Trauma e a busca da Simbolização”.  Se você se interessou em participar clique aqui e saiba mais informações sobre o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.  Garanta sua vaga antecipadamente!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Dr. Paulo de Moraes Mendonça Ribeiro, médico, psicanalista e membro efetivo da SBPRP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto) e da SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo), nos fala sobre o curso que ministrará no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

Por Dayane Malta
MTB - 61585/SP


Bom dia pessoal!

Esta semana iniciaremos mais uma série de entrevistas, que tem como temática a programação (cursos, palestras e reflexões psicanalíticas) que será oferecida durante o Congresso. Para abrir nossa nova série, convidamos o Dr. Paulo Ribeiro, psicanalista e membro efetivo da SBPRP e da SBPSP, onde fez sua formação psicanalítica. Ele ministrará o curso “Re-visitando os conceitos fundamentais de D. W. Winnicott”.

Para ele, a Psicanálise é uma profissão muito peculiar, na qual o analista, para colaborar com o desenvolvimento de seu analisando, precisa envolver-se profundamente com este, devotar-se ‘de corpo e alma’ a esta relação durante toda a vigência dela. “Assim, nenhuma das personalidades envolvidas numa análise, seja do analista ou a do analisando sai ‘imune’ ao final de um processo analítico razoavelmente bem sucedido: ambos sairão transformados”, afirma.

Limites – Por favor, fale um pouco sobre o curso que você ministrará no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, em Ribeirão Preto. Qual é o seu objetivo? Qual público ele será destinado?

Dr. Ribeiro - Coordenarei um curso introdutório sobre o pensamento de um dos mais criativos analistas da história, Donald Winnicott. Winnicott foi pediatra durante toda sua vida, mesmo depois de ter se tornado psicanalista e, em especial, uma das maiores autoridades do mundo em psicanálise de crianças; isso revela sua paixão pelo mundo do infantil, um mundo que não se restringe apenas às crianças, mas que (na saúde) está em todos nós. Esse mundo do infantil se revela, por exemplo, na alegria de se estar vivo, nas brincadeiras do cotidiano, no humor; quando isto está ausente, carece analisamos suas raízes.

   D. W. Winnicott

O curso tem como objetivo apresentar as principais idéias do autor, portanto, destina-se principalmente aos iniciantes no pensamento de Winnicott, mas acredito que poderá ser aproveitado mesmo por colegas mais experientes, que estarão convidados a colaborar com sua experiência clínica trazendo modelos para pensarmos juntos e ilustrarmos os conceitos levantados.

Limites - Quais atividades serão desenvolvidas durante o curso? O que está sendo preparado?
Dr. Ribeiro - O curso será realizado em três encontros, nos quais vamos expor os principais conceitos cunhados por Winnicott, debatendo-os com os participantes, sempre procurando modelos clínicos que ilustrem as idéias levantadas para torná-las mais claras. Tentaremos também, na medida do possível, tecer correlações com o pensamento de outro genial autor que foi contemporâneo de Winnicott, W. R. Bion, que trabalhando paralelamente um ao outro, chegaram a algumas conclusões bastante convergentes, cada um em seu referencial. Esse fenômeno de convergência independente nos indica que estes conceitos, como o de “Holding” de Winnicott e o de “Continência” ou de “Rêverie” de Bion, tratam-se de verdades sobre o psiquismo humano.

W. R. Bion  

Limites - Como ele irá contribuir com os profissionais interessados no tema?
Dr. Ribeiro - Creio que conhecimento nunca é demais. Para os iniciantes que estão conhecendo a Psicanálise é importante ‘visitarem’ diversos pensadores da ciência em busca de seu referencial identificatório, em busca de encontrar uma linha na qual o seu pensar e a sua capacidade clínica flua com naturalidade. Conhecer Winnicott vai nesta direção. Para os que já o conhecem, esses encontros poderão ser uma oportunidade de exercício de correlação teórico-clínica dos conceitos fundamentais do autor.

Limite - Como você vê o tema Limites: prazer e realidade, tema do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.
Dr. Ribeiro - Como extremante útil para a reflexão e para as demandas de trabalho dos que lidam com seres humanos na atualidade, sejam psicanalistas, psicólogos, psiquiatras, médicos, educadores, terapeutas familiares, ocupacionais, etc. A tal chamada pós-modernidade, é caracterizada pelo descentramento dos conceitos, das condutas, das relações interpessoais e mesmo dos afetos dentro do indivíduo. Na época do Freud, por exemplo, era completamente diferente, a Sociedade era organizada em torno da figura do pai, da autoridade fálica, e isto organizava a experiência das pessoas frente à vida, pelo menos dava um norte, uma direção. Não estou dizendo que era melhor, apenas diferente; ainda é muito cedo para podermos fazer esse tido de juízo.

O progresso em geral, e especialmente as maravilhas tecnológicas, permitiram ao Homem acesso a experiências inéditas: hoje em dia já temos brasileiros na fila de espera para fazerem turismo no espaço sideral! Tudo parece ser possível, tudo sem LIMITES... No entanto, ao invés de vermos as pessoas mais felizes, observamos em nossos consultórios de análise uma inundação de depressões, muitas vezes gravíssimas, e das ‘novas’ patologias, as chamadas patologias do vazio. Como diz o ditado popular, “o olho está maior que a barriga”, ou seja, nos tempos atuais o TER tomou o lugar do SER; e isso colabora para a manutenção de um constante sentimento de insatisfação frente à vida. Um congresso que se propõe pensar sobre estes temas tão úteis e atuais é muito bem vindo!

* Paulo Ribeiro ministrará o curso “Re-visitando os conceitos fundamentais de D. W. Winnicott”.  Se você se interessou em participar clique aqui e saiba mais informações sobre o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.  Garanta sua vaga antecipadamente!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Por Dayane Malta
MTB- 61585


 Boa tarde pessoal!

Esta semana vamos falar um pouco a respeito do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, em especial sobre a programação do evento, que será realizado pela 1ª vez em uma cidade fora do eixo das capitais nacionais, em Ribeirão Preto. Já temos notícias de algumas das atividades programadas e estamos divulgando em primeira mão os Cursos e as Reflexões Psicanalíticas que ocorrerão.

O XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise, que ocorrerá entre 7 a 10 de setembro, no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, trará grandes nomes da Psicanálise à cidade. Entre os que ministrarão alguns dos cursos e reflexões oferecidos durante o evento, estão o Dr. Rossevelt Cassorla (SBPSP), Dr. Bernard Miodownik (SBPRJ) e a Dra. Marta Petricciani (SBPSP). Ribeirão Preto também terá seus representantes no Congresso, um deles é o Dr. Paulo de Moraes Ribeiro (SBPRP e SBPSP), que apresentará o curso sobre as idéias de Winnicott, as Dras. Cora Sophia de Toledo Chiapello e Maria Auxiliadora Borges dos Santos também estarão representando a SBPRP no Congresso (veja no quadro abaixo).

Neste ano, além das atividades já tradicionais como os Painéis, Cursos, Reflexões e Discussões Clínicas, o Congresso trará uma novidade, os Diálogos Psicanalíticos. Segundo Dra. Anette Blaya Luz, Diretora Científica da Febrapsi, nesta atividade a mesa de debates terá psicanalistas de diferentes orientações teóricas. “Como 2011 é o ano do centenário do fecundo trabalho de Freud sobre os “Dois Princípios do Funcionamento Mental”, propomos uma discussão a respeito das idéias apresentadas por Freud neste lindo trabalho. Cada colega tem 5 minutos para fazer sua fala, que não é para ser mais longa do que isto, pois o objetivo é que isto sirva de estímulo para que a discussão com o público possa acontecer.”

Com a temática “Limites: Prazer e Realidade”, o Congresso vai possibilitar aos seus participantes a reflexão e discussão com base nos diversos campos da Psicanálise, Psiquiatria e Psicologia. O evento é uma realização da Febrapsi (Federação Brasileira de Psicanálise) em parceria com a Secretaria de Turismo, a Casa do Psicólogo e a SBPRP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de Ribeirão Preto).

Confira abaixo uma pequena amostra da programação do evento:

 CURSOS

Cursos
Apresentadores
Coordenadores
Local
Borderline: conceito limite e clínica dos limites
Bernard Miodownik e Sergio Nick (SBPRJ)
Joyce Goldstein (SPPA)  

Sala Rubi
Psicanálise e Psicossomática: atualização

Decio Tenenbaum (SBPRJ)

Jair Knijnik (SPPA)  

Sala Safira
O pensamento de Antonino Ferro: teoria e clínica

Marta Petricciani (SBPSP)

Kátia Radke (SPPA)      

Sala Ametista
 Intersubjetividade
Ronaldo Victer SPRJ    
Sebastião Salim (GEPMG)
Sala Opala
 “Re-visitando os conceitos fundamentais de D. W. Winnicott”.

Paulo de M. M. Ribeiro (SBPRP/SBPSP)

 Terezinha Belmonte (SPRJ)     


Sala Ágata
A sexualidade e sua representação.
Cora Sophia de Toledo Chiapello (SBPRP)
Selma Porto (GEPGoian/SPB)

Anfiteatro
Dor Corporal na clínica  psicanalítica e suas apresentações  psicopatológicas

Victória Regina Bejar (SBPSP)     

Luciana Carvalho dos Santos (SBPRJ)

 Sala Ipê
Transtornos Alimentares
Maria Auxiliadora Borges dos Santos (SBPRP)
Maria Crisales Lima Rezende  (SPR/NPNatal)

Sala Acácia
O campo da Psicanálise vincular na família e casal:processo e mudança


Lia Rachel Cypel (SBPSP) 


Cynthia Ladvocat  (SPRJ)   


Sala Flamboyant

REFLEXÕES PSICANALÍTICAS

Reflexões:

Apresentadores:
Coordenadora:
Local:
Quando o analista perde a cabeça: os limites entre enactment e violação de fronteiras.

Roosevelt Cassorla (SBPSP) 


Martha Maria de Moraes Ribeiro (SBPRP)

 Sala Rubi
Os limites da linguagem.
Ney Marinho (SBPRJ)

Cintia Xavier Albuquerque (SPB
Sala Opala
Além do Prazer e da Relidade  Anna Maria de Lemos
Bittencourt (SBPRJ)
Ijucélia Costa Lima  (SPB) 
Sala Ágata
Limite como paradoxo dos princípios: Prazer-Realidade
Cássia Aparecida Bruno (SBPSP)   
Rossana Nicoliello Pinho (GEPMG)

Sala Turquesa

Gostou e quer saber mais?
Na próxima semana iniciaremos uma nova série de entrevistas. Convidamos alguns psicanalistas para falarem sobre os cursos, palestras e reflexões, que ministrarão no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise. Até lá!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Leonardo Francischelli, presidente da Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi), que nos conta um pouco de sua trajetória desde a medicina até estar à frente da Federação. Além de falar, é claro, sobre o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

Por Dayane Malta
MTB - 61585


Boa tarde pessoal!

Esta semana temos o prazer e honra de entrevistar o presidente da Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi), Dr. Leonardo Francischelli. Ele nos conta que depois de algumas hesitações quanto a escolha profissional, optou pela medicina; porém, novas dúvidas surgiram e só desapareceram quando fez a opção para a psiquiatria, onde, em algum momento, tomou conhecimento das Obras de Freud.

Concluída a faculdade de medicina procurou por especialização em psiquiatria, que se somou a outro interesse adolescente de fazer alguma coisa fora do país e, nesse horizonte, apareceu Buenos Aires, na Argentina.

O Dr. Francischelli chegou a Buenos Aires no final de 72, início de 73, e lá começou sua residência de psiquiatria, com duração de três anos, que segundo nos conta, já era mais psicanálise do que psiquiatria. Isso, com o passar dos anos, o levou a Associação Psicanalítica Argentina, onde realizou sua formação psicanalítica oficial.  Pertence à APA até os dias atuais.

Depois de uma longa estadia no país vizinho, onde se casou e teve filhos, retornou ao Brasil, se instalando em Porto Alegre, onde reside até hoje. Foi na capital gaúcha, juntamente com outros colegas, que fundaram a Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, a qual pertence como membro fundador.

Limites: Olá Dr. Francischelli, como você se sente sendo Presidente da Febrapsi? Qual a importância deste cargo e o que ele acarreta?
Dr. Francischelli: Sinto-me confortável na presidência da Febrapsi. Presidir a Federação Brasileira de Psicanálise é um orgulho para mim. O cargo é de grande responsabilidade na medida em que coordena um grupo de colegas que programam todas as atividades da Febrapsi no Brasil, ligadas às Federadas, Núcleos e Grupos de Estudos. O ato de maior responsabilidade, conduzido pela Direção, é, talvez, de organizar o Congresso Brasileiro de Psicanálise. Além disso, exerce todas as funções de representatividade diante de outras organizações e órgãos oficiais.

Limites: Como o Sr. vê a inserção do Brasil no cenário psicanalítico mundial?
Dr. Francischelli: A psicanálise, hoje, no Brasil e no mundo, encontra-se em grande desenvolvimento. A psicanálise está chegando em lugares, tanto no Brasil quanto no mundo, nunca antes imaginado. O progresso, o desenvolvimento da psicanálise brasileira é um fato inquestionável e cada vez mais a psicanálise brasileira ocupa um lugar destacado no cenário psicanalítico mundial. Um exemplo disso, é que um brasileiro, Cláudio Eizirik, recentemente ocupou o cargo de presidente da Associação Psicanalítica Internacional.

Limites: Em sua opinião, qual a relevância da Febrapsi para os psicanalistas e população em geral?
Dr. Francischelli: A relevância da Febrapsi para os psicanalistas brasileiros é sumamente importante, pois a partir das Federadas, Grupos de Estudos e Núcleos, se comunica com eles na divulgação e promoção de eventos psicanalíticos que acontecem em todo o território nacional. E, através dessa mecânica, ainda por meio dessas organizações, se chega à população brasileira.

Limites: Como você vê o tema do XXIIII Congresso Brasileiro de Psicanálise Limites: prazer e realidade?
Dr. Francischelli:
Vejo e sinto o tema do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise - a realizar-se em Ribeirão Preto no mês de setembro próximo com o tema “Limites: Prazer e Realidade” - como um achado, isto é, o tema que os colegas escolheram para o nosso Congresso é de uma atualidade extraordinária. Limites entre o prazer e a realidade, ou entre a realidade e o prazer, é o nosso cotidiano, onde a cada momento estamos frente a uma escolha. Por isso digo que o homem do século XXI se encontra no “entrevero” do prazer e da realidade.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página).

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Dr. José Francisco Rotta Pereira, Presidente da Sociedade Psicanalítica de Pelotas, nos fala um pouco sobre o tratamento e as técnicas na Psicanálise, assuntos que também serão abordados no XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise. 

Bom dia pessoal!

Hoje trouxemos para vocês mais uma grande entrevista, desta vez nosso convidado é o Presidente da Sociedade Psicanalítica de Pelotas (RS), Dr. José Francisco Rotta de Pereira, que nos conta um pouco sobre tratamento e as técnicas na Psicanálise. Veja o que ele disse sobre o assunto: 

Limites: Olá, por favor, fale um pouco sobre o tratamento e as técnicas de trabalho na psicanálise individual e familiar.

Dr. José: Tanto nas técnicas de psicanálise individuais como nas de família o referencial teórico da estrutura inconsciente familiar está presente. Quando se considera o sujeito como estruturado a partir de suas experiências vivenciais, as quais são registradas num inconsciente dinâmico individual que compõem uma rede inconsciente familiar, se tem presente que o individuo está ali junto às suas circunstâncias de vida. A estrutura familiar funcionando como um sistema, já não define o objeto como ele é, ou supostamente deveria ser, mais sim pelas relações que estabelece com os outros. Da família, como na sociedade, um indivíduo é definido pelas relações estabelecidas. Assim, o pai se define em ralação ao filho, a mulher em relação ao marido, este em relação a mulher, os filhos em relação aos pais, e assim sucessivamente.  

Limites: Qual a diferença entre tratamento individual e de grupo familiar?

 Dr. José: A diferença entre tratamento individual e de grupo familiar reside em um enquadramento e normas técnicas adaptadas, assim como na psicanálise de crianças, adolescentes ou grupos. Os fundamentos teóricos básicos são os mesmos e muito da postura do psicanalista também.

Uma diferencia clínica que se pode apontar é o quanto ao nível de ansiedade mobilizada num tratamento de família que costuma ser de intensidade acentuada. Os personagens que povoam o inconsciente dos indivíduos estão ali presente. As tendências incestuosas, os objetos de desejo da sexualidade infantil, os protagonista da castração, o palco e os personagens da trama edípica, os precursores do Superego são elementos substanciais e substantivos, ou seja, presentes, num enquadre técnico de psicanálise de família.

Limites: Neste contexto, como você vê o tema Limites: prazer e realidade? Tema do XXIIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

 Dr. José: Quando um casal se forma é a expectativa da família que ressurge. Poderíamos afirmar que é a perspectiva dos filhos que habita essa expectativa, surjam eles ou não. No caso que não surjam os filhos o casal terá que metabolizar essa pulsão para dar abrigo a outras formações psíquicas que os representem. Dessa forma pode-se pensar que a formação do casal é um elo intermediário entre duas famílias: a de origem e a nova que está propondo potencialmente. Assim, dá-se a transmissão da estrutura familiar inconsciente desde as famílias de origem ao novo grupo familiar, cuja ante-sala é a formação do casal.

Esse tecido vincular está imerso num campo de forças bipolares, onde num pólo está a Realidade e no outro o Prazer. A saúde, como possibilidade de desfrutar a vida, irá depender dessa articulação. O analista, durante o tempo de tratamento, será o rearticulador dessas forças, porém seguindo os cânones da singular homeostase desse grupo familiar. O Limite, menos como limitação e mais como fronteira, será o indicador terapêutico mais confiável. A intervenção do analista, ao par de revelar conteúdos inconscientes, também sinalizará a área do possível, onde se poderá construir algo novo dentro daquele original sistema. Essa atitude se mostrará ainda mais relevante quando se considera que os montantes de ansiedade liberada nessa mobilidade de tratamento são muito mais significativos que nos tratamentos individuais e, portanto, mais passiveis de interrupção e fracasso.   

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página). E em nosso próximo post mais uma entrevista pra vocês e muitas novidades por aí!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Wagner Francisco Vidille, coordenador do Congresso Didático, conta em detalhes algumas das novidades para o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.


Boa tarde pessoal,


A partir de hoje e nos próximos dois meses, eu, Dayane Malta, vou assumir o Limites e dar continuidade com nossos posts. Como combinado, o Limites trouxe nesta semana mais uma super entrevista, o Dr. Wagner Francisco Vidille, coordenador do Congresso Didático e Diretor de Relações Externas da FEBRAPSI, nos conta outras novidades sobre o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise. Confira o que ele disse:

Limites: Olá Dr. Wagner, por favor, fale um pouco sobre o Congresso Didático, que neste ano será realizado durante o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise?

Wagner: Tradicionalmente, os Congressos Brasileiros são uma rara oportunidade para o congraçamento entre colegas das mais diversas regiões do país; momento de troca de informações, aprendizado, aproximação a novas tendências teóricas reciclagem clínica, enfim, ocasião única estimuladora de desenvolvimento e transformação. E, em Ribeirão Preto, não será diferente, principalmente porque, para ocasião, estamos preparando mudanças importantes no formato do evento.

Durante todo o ano de 2010, como parte das atividades da Diretoria da FEBRAPSI, visitamos alguns Núcleos e Sociedades de diversas partes do nosso país (São Paulo, Rio, Porto Alegre, Recife, Campo Grande, Florianópolis, Maceió e Aracaju), participando das reuniões do Conselho de Diretores, do Conselho Profissional e participando de mesas de discussão clínica. Nas cidades visitadas observamos peculiaridades de diferentes realidades, inerentes às culturas regionais, a extensivas conformações políticas, a transmissão do saber psicanalítico, a preferência teórico-clínicas.   No prolífico afetuoso contato com colegas das diferentes regiões do Brasil, podemos ouvir demandas e perceber, entre as novas gerações, um grande interesse pelo aprendizado.

Este quadro de efervescência estimulou nosso Presidente Leo Francischelli a introduzir mudanças no formato do antigo Pré-congresso Didático, atendendo aos reclamos tantos dos psicanalistas em formação como dos Institutos. Como decorrência, fui convocado por nosso Presidente para promover as mudanças pretendidas, ao que se refere ao Pré-congresso Didático.

Limites: O que mudou, e quais são as novidades?


Wagner: De antemão, podemos adiantar a todos que o espaço destinado ao Pré-congresso Didático, que ocorria um dia antes do Congresso, foi substituído pelo Congresso Didático também destinado as discussões sobre formação psicanalítica, porém diferente dos anos anteriores, estendido por todo período do Congresso. Teremos uma sala no Centro de Convenções especialmente reservada para os painéis sobre formação (Sala Onix) que abrigará pelo menos, oito atividades com uma hora e meia de duração e, ao final do Congresso, um painel com apresentação de estímulos sobre o tema Formação: Prazer e Realidade. Outra novidade já implantada pela nossa Diretora Científica, Anette Blaya, são as atividades clínicas e os Grupos de Trabalho, os Woking Parties, semelhantes aos que acontece nos congressos internacionais, aqui, específicos para os candidatos.

Limites: Como será a escolha da composição das mesas e temas do Congresso Didático?

Wagner:
É importante informa-lhes que, para a composição das mesas e temas do Congresso Didático, adotamos a estratégia de “cruzar interesses”. Por um lado, abrimos um espaço virtual (Grupo Yahoo) de discussões de temas com os Diretores de Instituto (em andamento); por outro, estabelecemos um canal contínuo de comunicação – via e-mail – com a Diretoria da ABC (Associação Brasileira de Candidatos), visando captar as demandas dos psicanalistas em formação, seus interesses científicos e dificuldades. Desta maneira, mediando a partir da interface entre os dois campos, pensamos conseguir boa perspectiva e subsídios realísticos para a composição da grade do Congresso Didático, levando à evidência as questões atuais e cruciais, em nossa realidade, que possam permear o processo de formação psicanalítica.

Sabemos das dificuldades em conseguir uma posição equilibrada entre a preservação e transmissão do cabedal de conhecimentos da disciplina psicanalítica e a simultânea abertura para novas idéias e contextos. Entretanto, com a colaboração dos colegas, esperamos oferecer ferramentas e recursos para que este fórum de discussões seja realmente de utilidade e importância para os que o fazem formação psicanalítica e para os que se dedicam ao ensino e transmissão da psicanálise em nosso país.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página). E em nosso próximo post mais uma entrevista pra vocês e muitas novidades por aí!

Ainda esta em tempo de se inscrever, acesse www.febrapsi.org.br/congresso

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Anette Blaya Luz, Diretora Científica da Febrapsi, conta em detalhes as novidades para o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

Por Cristiane Sampaio
Mtb: 43631


Bom dia pessoal,

Como combinado, postamos hoje a segunda parte da entrevista com a Dra. Anette Blaya Luz. Confiram as dicas e novidades sobre o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise que Anette nos contou em primeira mão.

Limites: Anette, como está organizado o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise? Quais eixos temáticos serão abordados?

Anette: O tema central do Congresso é LIMITES: Prazer & Realidade. Este tema foi escolhido junto com todos os membros do Conselho Diretor em reunião realizada em março de 2010 em Ribeirão Preto.

Teremos 102 Mesas Redondas, 10 Discussões Clínicas, 10 apresentações de Temas Livres além de termos também o Congresso Didático inserido no corpo do Congresso. O Congresso Didático aborda questões específicas da Formação Psicanalítica em 8 Mesas redondas.

Abaixo relaciono os Eixos temáticos. No site da Febrapsi está publicada uma relação de títulos de mesas redondas.

Os eixos temáticos foram divididos em:

- Clínico: seminários clínicos
             : analista trabalhando

1.    Teórico-Clínico
2.    Infância e Adolescência
3.    Formação Psicanalítica: transmissão
                                          : supervisões para candidatos
4.    Comunidade e Cultura: Cinema e Psicanálise
                                          : Psicanálise e Cultura
5.    Psicanálise de Casais e famílias
6.    Psicanálise e Escola
7.    Universitários: semeando a Psicanálise
8.    Psicanálise e Sustentabilidade
9.    Diálogos Psicanalíticos

Limites: Como você vê o tema Limites: prazer e realidade? Tema do XXIIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

Anette: O Tema LIMITES: Prazer e Realidade foi uma criação conjunta conforme mencionei acima. A sociedade atual está vivendo uma crise dos limites. Muitos tabus foram quebrados permitindo que a cultura e a sociedade evoluíssem para um viver mais livre e criativo, mas ao mesmo tempo muitos conceitos ficaram confusos. Nossa sociedade está impregnada pela ideia de prazer e de busca do prazer. Mas não existe prazer sem considerarmos a realidade. Como harmonizar isto?

Para mencionar somente um exemplo a título de ilustração: vemos, hoje em dia, com bastante freqüência crianças pequenas com poder de mando e de desmando dentro de suas famílias. Vemos as mulheres inseridas no mercado de trabalho e terceirizando a criação dos filhos. Isto pode acarretar muita culpa para os pais. Quem sabe estes sentimentos conscientes e inconscientes de culpa podem estar contribuindo para que os pais e as mães hesitem na hora de determinar deveres e direitos de sua prole.

Outro exemplo interessante diz respeito ao tabu da virgindade. Quem não se lembra quando, há 30 anos, Lady Diana precisou submeter-se ao questionamento sobre sua virgindade para estar apta a casar-se com o Príncipe Charles? Os tempos são outros hoje, e temos Kate vivendo maritalmente com o Príncipe William dentro das paredes do Castelo de Buckinghan. Até aí nada mais louvável. Mas e quando vemos namorados de 12, 13, 14 ou 15 anos exigindo, e recebendo de seus pais, a instalação de cama de casal em seus quartos, para que a vida sexual possa ser mais confortável. Pode ser que a dupla tenha maturidade para isto. Pode ser que não. Onde está o Limite?

Unimos então estas questões sobre Limites com as ideias expostas no texto de Freud sobre os dois princípios do funcionamento mental: o Princípio do Prazer e o da Realidade. Para que haja Prazer genuíno é preciso que a Realidade esteja presente. Onde está o limite entre o Prazer e a Realidade em nossa sociedade? Afinal, estamos vivendo em uma sociedade onde ninguém quer, e nem sabe esperar. Nem mesmo o espaço sagrado do útero gravídico é respeitado hoje em dia. Há bebês que nem nasceram ainda e já tem suas fotos exibidas em Blogs e Facebooks e etc. Onde está o limite entre a vaidade natural e o exagero? 

Quem vai se preocupar, por exemplo, em cuidar para que o Planeta não seja explorado ilimitadamente?

Que prejuízos podemos trazer para as gerações futuras se formos preconceituosos e punitivos com a falta de limites? E que prejuízos podemos acarretar se formos desatentos à falta de limites. Onde podemos buscar o equilíbrio entre os limites do prazer e os limites da Realidade?

Nosso Congresso propõe-se a debater estas e muitas outras questões relativas e este tema.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página). E em nosso próximo post mais uma entrevista pra vocês e muitas novidades por aí!

Ainda esta em tempo de se inscrever, acesse www.febrapsi.org.br/congresso

terça-feira, 3 de maio de 2011

Anette Blaya Luz, Diretora Científica da Febrapsi, conta em detalhes as novidades para o XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise.

Por Cristiane Sampaio
Mtb: 43631


Bom dia pessoal,

Pois é, hoje o Limites traz uma nova série: “Entrevistas” e as novidade não param por aí não. Devido a compromissos pessoais, eu, Cristiane Sampaio, estarei me despedindo de vocês nesta entrevista, mas é temporário, vou estar fora pelos próximos dois meses, mas nesse tempo a também jornalista, Dayane Malta, vai assumir o Limites e dar continuidade com nossos posts. Espero que gostem!

Abrindo a série de entrevistas trouxemos ninguém menos que Anette Blaya Luz, médica formada pela UFRGS, cursou psiquiatria na Universidade de Manitoba, no Canadá e na Clínica Pinel em Porto Alegre. Anette se considera uma apaixonada por gente, para ela “Psicanálise é um trabalho, um ganha pão, um ofício e uma fonte inesgotável de aprendizado e prazer”, afirma.

Ainda trabalhou no corpo editorial da Revista de Psicanálise da Sociedade Psicanálitica de Porto Alegre, onde também assumiu o cargo de editora. Nesta mesma Sociedade foi Diretora Científica durante o biênio 2008/2009.

Fã da Psicanálise assumida, Anette nos contou que gosta de ler e escrever Psicanálise. Mas, também tem os hobbies de ir ao Cinema, Teatro e Viajar. Acompanhe as dicas e novidades sobre XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise que ela nos revelou em primeira mão durante a entrevista. A entrevista ficou tão boa que tivemos que dividi-la em duas partes para não perder qualquer conteúdo que a Anette nos confidenciou. Confira hoje a primeira parte!

Limites: Olá Anette, quais as funções de uma Diretoria Científica dentro da Febrapsi?

Anette: A Diretoria Científica tem dentro da Febrapsi a função de ajudar cientificamente a Divulgação e o desenvolvimento da Psicanálise preparando e ajudando a organizar eventos sobre temáticas psicanalíticas em várias regiões do Brasil, contribuindo assim com as Sociedades e Grupos de Estudos Federados à Febrapsi e também com os Núcleos de Estudos Psicanalíticos ligados às Sociedades Federadas. Promover, divulgar e desenvolver a Psicanálise nos quatro cantos deste Brasil é a função primeira do Diretor do Conselho Científico da Febrapsi.

Junto com os membros do Conselho Científico da Febrapsi também cabe ao Diretor deste Conselho a organização do XXIII Congresso Brasileiro de Psicanálise que acontece a cada dois anos. O Conselho Diretor é composto por todos os diretores científicos de todas as Sociedades e Grupos de Estudos Federados.

Neste ano o Congresso vai acontecer aí na cidade de Ribeirão Preto entre os dias 7 – 10 de setembro de 2011 no Centro de Convenções.      
                              
Limites: Quais as novidades para o evento deste ano?

Anette: A Organização deste Congresso está trazendo algumas novidades. A primeira delas é a realização do que foi denominado de EXERCÍCIOS CLÍNICOS. Esta atividade acontece com a apresentação de um material clínico que é lido em trechos, em pedaços. Após cada trecho lido o coordenador da atividade solicita a cada participante, que são em número de quatro, a falarem suas impressões a respeito do material clínico que foi lido. Nenhum dos participantes conhece o material clínico previamente. Após todos darem suas opiniões o Coordenador lê mais um trecho e assim sucessivamente.

Esta maneira de discussão clínica é inspirada no trabalho proposto por Haydée Faimberg e busca recriar o clima de desconhecimento que o analista enfrenta na sessão.

Outra novidade importante neste Congresso é a realização do que se chamou de “Diálogos Psicanalíticos”. Nesta atividade buscamos colocar na mesa de debates colegas de diferentes orientações teóricas. Como 2011 é o ano do centenário do fecundo trabalho de Freud, sobre os Dois Princípios do Funcionamento Mental, estamos festejando esta efeméride, propondo que estes colegas discutam o que eles entendem que evoluiu a respeito das ideias apresentadas por Freud neste lindo trabalho. Cada colega tem 5 minutos para fazer sua fala, que não é para ser mais longa do que isto, pois o objetivo é que isto sirva de estímulo para que a discussão com o público possa acontecer. Após a palavra retorna aos participantes da mesa e assim por diante. Esperamos proporcionar, com esta atividade, uma oportunidade de intensa troca de idéias entre o público e os representantes da Mesa bem como entre diferentes escolas psicanalíticas.

O Primeiro “Diálogo” vai enfocar os aspectos evolutivos sobre os dois princípios dentro de um vértice teórico, o segundo vai se ocupar das evoluções técnica, o terceiro nos aspectos evolutivos da Cultura e o último dos aspectos referentes à Formação Psicanalítica.

Também é uma novidade a realização do Congresso Didático dentro do Corpo do Congresso. Isto permite atividades que enfocam as questões sobre a Formação Psicanalítica acontecendo todos os dias do Congresso.

Para o público Leigo e para os UNIVERSITÁRIOS teremos os que chamamos de SEMEANDO a PSICANÁLISE, quando um colega mais experiente vai estar à disposição da platéia para conversar sobre o que é Psicanálise, sua importância, abrangências e limitações. Trata-se de uma atividade que já aconteceu no Congresso de 2009 no Rio de Janeiro e que devido ao grande sucesso alcançado estamos repetindo em Ribeirão, mas desta vez fazendo acontecer um “Semeando” em cada dia do Congresso. Este bate-papo informal sobre Psicanálise permite que um número grande de curiosos possa se aproximar da Psicanálise e aproveitar o convívio com suas ideias.

Gostou e quer saber mais? Sinta-se convidado a participar de nosso Congresso! Acesse a página do Congresso dentro do Blog Limites (no topo da página). E em nosso próximo post a segunda parte da entrevista com a Anette e mais novidades por aí!

Ainda esta em tempo de se inscrever, acesse www.febrapsi.org.br/congresso

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